Topo

Delegado descarta sequestro de embaixador da Grécia desaparecido no Rio

O embaixador da Grécia, Kyriakos Amiridis (à direita), conversa com o presidente Michel Temer durante cerimônia de apresentação de cartas credenciais de embaixadores, no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira - 25.mai.2016/Folhapress
O embaixador da Grécia, Kyriakos Amiridis (à direita), conversa com o presidente Michel Temer durante cerimônia de apresentação de cartas credenciais de embaixadores, no Palácio do Planalto Imagem: Pedro Ladeira - 25.mai.2016/Folhapress

Gustavo Maia e Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio

29/12/2016 14h48Atualizada em 29/12/2016 16h47

O delegado Evaristo Pontes, da DHBF (Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense), afirmou nesta quinta-feira (29) que não acredita que o embaixador da Grécia no Brasil, Kyriakos Amiridis, 59, tenha sido sequestrado. Pontes investiga o desaparecimento de Amiridis desde a noite desta quarta (28), quando o fato foi informado à Polícia Civil do Rio. Amiridis não é visto há três dias.

Nesta quinta, Pontes ouviu testemunhas do caso. Françoise Amiridis, mulher do embaixador, que é brasileira, foi uma das pessoas ouvidas. Ontem, ela comunicou à PF (Polícia Federal) o desaparecimento de seu marido. A PF avaliou que o sumiço não tinha qualquer relação com a atividade diplomática de Amiridis no Brasil. Por isso, o caso foi encaminhado à DHBF, que tem um setor específico para investigações de desaparecimentos.

"Não trabalhamos com a hipótese de sequestro. A investigação segue algumas linhas, mas não trabalhamos com essa. Se fosse isso, os sequestradores já teriam feito contato", afirmou Pontes. "Como a apuração ainda está em curso e também pelo fato de ser um embaixador, vamos manter o sigilo sobre a apuração por enquanto."

Segundo o delegado, o embaixador foi visto pela última vez em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ele mora em Brasília, mas veio ao Rio passar as festas de final de ano. No final de semana, foi a Nova Iguaçu com sua mulher, a qual tem parentes da cidade.

Pontes disse que Françoise contou que o marido deixou sozinho a casa em que eles estavam por volta das 20h de segunda (26). Ele estava dirigindo o carro alugado pelo casal para sua estadia no Rio. Outras testemunhas ouvidas pela polícia também viram o embaixador dirigindo o veículo para deixar Nova Iguaçu.

Desde então, o embaixador não deu mais notícias sobre seu paradeiro nem falou com seus familiares. Em nota, a Polícia Civil informou que o último registro do embaixador ocorreu na noite de segunda (26), mas não disse onde isso aconteceu.

Uma funcionária da Embaixada da Grécia, em Brasília, que pediu para não ser identificada, se limitou a dizer que "o embaixador está de férias desde o último dia 22 e tem que voltar ao trabalho no dia 9 de janeiro". "Fomos informados [sobre o desaparecimento] pela imprensa", declarou.

No posto desde janeiro deste ano, Kyriakos já foi cônsul-geral da Grécia no Rio de Janeiro de 2001 a 2004. A carreira diplomática começou em 1985, em Atenas, e inclui passagens pela Sérvia, Bélgica, Holanda e Líbia.
 
A polícia fluminense informou que quem tiver qualquer informação que auxilie na localização do embaixador pode entrar em contato com a Central de Atendimento ao Cidadão pelos telefones (21) 2334-8823 e (21) 2334-8835 ou pelo chat disponível no seguinte endereço eletrônico: https://cacpcerj.pcivil.rj.gov.br.

Procurada pela reportagem, o Ministério das Relações Exteriores respondeu que não comentará o assunto, "que está sendo conduzido pelas autoridades responsáveis".

Embaixador da Grécia no Brasil - Reprodução/Facebook - 12.nov.2016 - Reprodução/Facebook - 12.nov.2016
Kyriakos Amiridis, posa para foto ao lado da mulher, a embaixatriz Françoise Amiridis, no estande da Grécia na Feira das Embaixadas, em Brasília
Imagem: Reprodução/Facebook - 12.nov.2016