Ônibus voltam a circular em SP e metrô funciona parcialmente; rodízio está suspenso
Os ônibus do transporte urbano voltaram a circular em São Paulo por volta das 8h desta quarta-feira (15) em dia de greve no transporte público. Os trens do metrô já estavam funcionando parcialmente na região mais central da cidade desde as 6h30. Alguns micro-ônibus (lotação) também circulam pela cidade, bem como os trens de todas as linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). O congestionamento bateu recorde nas principais vias da capital paulista para o período da manhã.
Os motoristas de ônibus tinham avisado que a paralisação terminaria às 8h. Por volta das 12h30, a SPTrans informou que 87,5% da frota de ônibus programada para o horário estava circulando. No metrô, a paralisação deverá ser de 24 horas. Cerca de quatro milhões de pessoas utilizam o metrô de São Paulo todos os dias.
Situação das linhas, segundo o Metrô
- Linha 1-azul: Parcialmente entre as estações Ana Rosa e Luz
- Linha 2- verde: Parcialmente entre as estações Alto do Ipiranga e Vila Madalena
- Linha 3-vermelha: Parcialmente entre as estações Marechal Deodoro e Mooca
- Linha 4-amarela (concessionária ViaQuatro): Normal
- Linha 5-lilás: Normal
- Linha 15-Prata: Paralisada
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo declarou que a adesão à greve foi de 90% de adesão. O órgão qualificou o Governo de São Paulo como "irresponsável". "Numa atitude irresponsável, [o governo] opera pequenos trechos do metrô com supervisores que têm treinamento precário, colocando em risco a população. Os metroviários, que garantem, no dia a dia, o funcionamento do sistema de maneira segura, repudiam essa prática".
Em nota oficial divulgada à tarde, o Metrô rebateu as acusações. "É mentirosa a informação que o treinamento dos supervisores é precário", diz o texto. "Os supervisores são plenamente capacitados para conduzir e operar trechos de Metrô. São profissionais que passam por várias horas de treinamento e a maior parte deles está há anos na Companhia".
Por conta do movimento, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo) suspendeu o rodízio municipal somente para carros durante toda esta quarta-feira. Em nota, a companhia informou que "a medida tem como objetivo garantir a mobilidade do cidadão” e que “as restrições de circulação para caminhões seguem valendo normalmente".
A CET anuncia medidas para hoje
- Corredores exclusivos de ônibus serão liberados para a circulação de táxis, com ou sem passageiro, e ônibus fretados durante todo o dia;
- Faixas exclusivas de ônibus serão liberadas para carros até as 12h;
- Estacionamento em vagas de Zona Azul está liberado durante todo o dia;
- A circulação de carros será totalmente liberada no viaduto Plínio de Queiroz durante todo o dia;
- As faixas reversíveis do período da manhã serão mantidas até as 10h. São elas: Ponte das Bandeiras, Ponte dos Remédios, Radial Leste, Conselheiro Carrão, Ponte do Limão, Ponte da Casa Verde, Ponte João Dias e Ponte do Piqueri.
- No período da tarde, as faixas reversíveis irão seguir a operação normal.
Mudanças na CPTM:
- A estação Corinthians-Itaquera, da linha 11-Coral, permanecerá fechada para embarque e desembarque e será restabelecida ao sistema após verificação da capacidade de atendimento da oferta e demanda na linha, segundo a companhia;
- A operação da linha 7-rubi (Luz-Francisco Morato) foi estendida até a estação Brás;
- As transferências para o metrô nas estações Palmeiras-Barra Funda, Tamanduateí, Tatuapé, Brás, Santo Amaro e Luz estão fechadas;
- As transferências com a Linha 4 - Amarela estão funcionando normalmente;
Dia Nacional de Paralisações e Greves
A decisão pela paralisação foi tomada em assembleia na noite desta terça-feira (14), apesar de determinação judicial proibindo a suspensão do serviço. As mobilizações fazem parte do Dia Nacional de Paralisações e Greves contra as reformas da Previdência e Trabalhista.
A prefeitura paulistana obteve na tarde da terça-feira decisão, em caráter liminar, na 13ª Vara da Fazenda Pública, obrigando o Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores Rodoviários Urbanos de São Paulo) a manter no mínimo 70% da frota de ônibus circulando na cidade. A liminar fixou multa de R$ 5 milhões por hora em caso de descumprimento pelo sindicato.
Em outra decisão, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª Região decidiu que a entidade não está autorizada a fazer greve, sob pena de multa diária de R$ 300 mil. Valdevan Noventa, presidente do Sindmotoristas, informou na terça que não havia sido notificado e que a paralisação continuava “de pé”.
Aprovada, paralisação não tem adesão no Rio
Aprovada na noite desta terça-feira em assembleia do Sintraturb (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio de Janeiro), a paralisação de 24 horas dos rodoviários da capital fluminense não teve adesão até as 8h45 desta quarta-feira. De acordo com o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, até o momento, não houve registros de incidentes no transporte público da cidade. "[A] operação segue normalmente", informou.
Após a assembleia, ontem à noite, o Rio Ônibus (Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro) afirmou, em nota, que manteria o planejamento para uma operação normal nesta quarta. "As empresas estarão abertas, à espera dos rodoviários, que foram convocados para a continuidade do serviço, devido ao seu caráter essencial para a população", diz o comunicado. A reportagem tentou entrar contato por telefone com Sebastião José, presidente do Sintraturb, mas ele não atendeu.
Professores também prometem parar
Professores das redes estadual e municipal de São Paulo anunciaram, por meio de seus sindicatos, que também fariam parte da mobilização. Segundo a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), a categoria fará protestos pelo Brasil contra as reformas da previdência, trabalhista e do ensino médio. Os representantes da confederação anunciaram que estarão presentes no protesto marcado para acontecer na avenida Paulista.
De acordo com a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), os professores também querem reajuste salarial e são contra algumas mudanças no currículo do ensino médio, proposta sancionada pelo presidente Michel Temer (PMDB) em fevereiro deste ano.
A categoria fará uma assembleia estadual às 14h desta quarta na praça da República. No encontro, eles pretendem definir a continuidade ou não da greve. Depois, seguirão para a manifestação na avenida Paulista.
Manifestações pelo Brasil
Os protestos que devem ocorrer ao longo desta quarta-feira nas capitais brasileiras e em Brasília são organizados por centrais sindicais e movimentos como CUT, CNTE, Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo.
Em São Paulo, o protesto será concentrado na avenida Paulista, às 16h. Outras categorias como servidores da Sabesp, dos Correios e da Polícia Civil também devem participar dos protestos na cidade.
No Rio de Janeiro, o ato começará às 16h, na Candelária. Já em Brasília, a manifestação será na parte da manhã, às 8h, na Catedral Metropolitana.
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