Vice-governadora do DF não vê relação entre explosões e 8/1: 'Ato isolado'

As explosões na praça dos Três Poderes causadas por Francisco Wanderley Luiz não têm relação com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, afirmou a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, em entrevista ao UOL News na manhã desta quinta-feira (14).

Acredito que o ato de ontem (quarta-feira) foi um ato isolado. No dia 8 de janeiro existiu uma manifestação, existiu uma outra situação, acho que com outras características. O ato de ontem foi um ato isolado, que precisa ser investigado até para saber realmente se teve apoio, se teve suporte, mas com percepções totalmente diferentes.

As frases que ele coloca no seu Instagram, ele fala que quer matar, inclusive, o próprio presidente Bolsonaro. Ele fala que quer matar o presidente Bolsonaro, que quer matar os ministros do Supremo. Por isso que eu acredito que não há relação. Há talvez uma demência, um extremo que você percebe nas mensagens, mas um pouco de demência.

Você vê que ele fala sobre o Fernando Henrique Cardoso, sobre o William Bonner, sobre Geraldo Alckmin e também sobre o presidente Bolsonaro. Então, não é um ato de um movimento, não é um ato de um movimento que aconteceu na esplanada dos ministérios, é um ato isolado que precisa de ser investigado para que a gente tenha uma resposta investigativa e uma resposta pronta para tudo isso.
Celina Leão, vice-governadora do Distrito Federal

A Polícia Federal já investiga as explosões em Brasília (DF) na noite desta quarta-feira (13) como um ato terrorista. O caso foi parar com o ministro do STF por conexão com outras investigações que ele já conduz, como o próprio inquérito sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro e o que apura ataques a ministros do tribunal. As conclusões da PF serão encaminhadas para Moraes.

Segundo declarou a ex-mulher de Francisco em depoimento à PF, a intenção dele era matar o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Ministro: Imagens mostram que autor de explosões não queria se suicidar

Imagens das explosões na praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), na noite de quarta-feira (13), mostram que a intenção de Francisco Wanderley Luiz não era o suicídio, afirmou Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, ao UOL News desta quinta-feira (14).

Que não foi suicídio, eu acho que isso está explícito. Quando você pega as imagens, chegou a sair uma primeira versão de que a pessoa tinha pegado a bomba, colocado debaixo da cabeça, chegou a ter um pronunciamento sobre isso, não nos órgãos de segurança. As imagens mostram claramente que não, que ele estava tirando os explosivos, tirando um, tirando o segundo, quando foi tirar o terceiro, aparentemente ele caiu e se feriu.
Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais

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Assista à entrevista:

Autor de explosões 'não demonstrava comportamento alterado', diz deputado

Amigo de Francisco Wanderley Luiz, o deputado federal Jorge Goetten (Republicanos-SC) disse que o autor das explosões de ontem na praça dos Três Poderes "não apresentava alterações de comportamento". Em entrevista ao UOL News nesta quinta (14), o parlamentar afirmou que a última conversa entre eles ocorreu no ano passado e não envolveu questões políticas.

Goetten descreveu Francisco como uma pessoa "pacífica", sem deixar transparecer qualquer evidência de que seria capaz de planejar e executar algum ato violento. Ambos conviveram na cidade catarinense de Rio do Sul, onde o autor das explosões se lançou como candidato a vereador em 2020 com o nome de "Tiu França".

As imagens que tenho dele são de uma pessoa pacífica, ordeira, um empresário antenado às tendências do mercado. Nunca vi esse perfil nele. Tive mais contato com ele em 2020, quando foi candidato a vereador lá e esteve em várias reuniões conosco. Para mim, é muito estranho e choca muito o ato que ele cometeu e poderia ter cometido.

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De forma alguma percebi essa mudança de comportamento e esse movimento que está aparecendo nas investigações. Ele participou de uma campanha política municipal nossa, lá em Rio do Sul, e eu acompanhei. Não havia nenhuma atitude nesse sentido, que demonstrava um comportamento alterado dele, de forma alguma. É nesse sentido que eu falo.
Deputado federal Jorge Goetten (Republicanos-SC)

Veja a entrevista:

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