Maré baixa revela barril "misterioso" no Guarujá, mas objeto é vandalizado
Um dia depois de ser localizado enterrado na Praia do Tombo, no Guarujá, um barril que pode ser uma relíquia histórica já amanheceu danificado nesta segunda-feira. De acordo com Marília Oliveira Calazans, a quebra de duas das peças de madeira do barril só pode ter sido ação do homem.
“O barril estava inteiro e agora está faltando um pedaço. Um objeto que resistiu sabe-se lá por quanto tempo à natureza, agora aparece alterado. Isso não pode acontecer. Para evitar novos danos, estamos reunindo uma equipe para tentar tirá-lo de lá em segurança. Precisamos preservá-lo”, disse Marília, que é mestre em arqueologia ao mesmo tempo em que trabalha como assessora na prefeitura da cidade do litoral sul de São Paulo.
O barril surgiu na areia em um momento de maré baixa na região, o que levou para o mar uma camada de segmentos, permitindo que o objeto, que estava submerso, pudesse ser visto na areia. “Ele ficou em silêncio por muito tempo e apareceu de baixo para cima. A gente não tem muita ideia de como ele emergiu, mas de vez em quando, por alguma atividade urbana ou oceânica, aquele registro aflora”, explicou Marília.
Marília, assim que achou a relíquia, colocou um galho enterrado no meio do barril, para chamar a atenção para o objeto e evitar que pessoas tropeçassem nos pedaços de madeira.
A prioridade agora é retirá-lo de lá antes que a maré suba e o barril volte a ser coberto tanto de água quanto de areia. Mas esse trabalho precisa ser feito em segurança. Só assim para poder ter pistas de sua origem. “Depois que o barril for todo revelado, pode ser que apareça, por exemplo, a marca do fabricante. Isso vai ser cruzado com capitania dos portos, com a alfândega.”
A arqueóloga diz que ainda é cedo para tirar qualquer conclusão a respeito do barril, até porque ele pode ser originário de diversos naufrágios ocorridos na baía de Santos nos séculos anteriores. E pode ter a ver até com os destroços de uma embarcação encontrados na praia de Santos em agosto.
“Pode ser que esse barril tenha só algumas décadas, ou mais de 100 anos. Mas a gente nunca vai descobrir se ele não for retirado ou for danificado”, completa.
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