Horário de verão já está valendo; ajuste seu relógio
Começou a vigorar a partir das 0h deste domingo (15) o horário de verão brasileiro. Os Estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país ganharam uma hora a mais em relação aos demais Estados da federação. E assim será até a meia-noite do dia 17 de fevereiro de 2018, quando novamente (desde 1985), os relógios deverão ser atrasados uma hora.
O horário de verão só vigora no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país porque essas regiões estão mais afastadas da linha do Equador e, quando mais longe dela, mais longos são os dias e mais se aproveita a luz solar. A lógica é que com mais luz por um maior período de tempo, se economiza energia.
Mas não tem sido assim nos últimos anos. Estudos realizados pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) mostraram que o consumo de eletricidade pela população brasileira está sendo mais influenciado pela temperatura do que pela luz do dia. Tanto que a economia que o horário de verão gerava vem diminuindo ao longo dos anos.
No ano passado, a mudança gerou uma economia de R$ 159,5 milhões, menor do que em 2015, quando foi de R$ 162 milhões.
O governo do presidente Michel Temer cogitou não mais manter o horário de verão este ano, já que os valores são considerados irrelevantes para o setor elétrico. Mas acabou voltando atrás e o manteve, pelo menos neste ano – ainda não se sabe se a mudança continuará acontecendo nos próximos anos. Se tivesse decidido em não manter a medida, seria a primeira vez desde 1985 que o Brasil não teria que adiantar os relógios em uma hora.
Quando a pesquisa da ONS foi divulgada, o diretor-geral do órgão, Luiz Eduardo Barata, afirmou que se o horário de verão não fosse mais adotado não haveria impacto no setor elétrico, mas disse ser inegável os ganhos que a alteração traz para o turismo e para a rotina da população.
Ar-condicionado é o grande vilão
Uma das principais razões para a diminuição da economia é a popularização dos aparelhos de ar-condicionado. Como o calor é mais intenso no fim da manhã e início da tarde, os picos de consumo são registrados atualmente nesse período. Segundo a ONS, o horário de ponta ocorre entre 14h e 15h, e não mais entre 17h e 20h.
O estudo da ONS mostra que a economia de energia entre 17h e 20h ainda ocorre, mas é menor do que o aumento do consumo verificado durante as madrugadas por causa do ar condicionado.
O horário de verão foi praticado no Brasil pela primeira vez no governo de Getúlio Vargas, de 3 de outubro de 1931 a 31 de março de 1932, e vem sendo adotado continuadamente desde 1985. Somente em há nove anos um decreto assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva definiu datas e horários para a medida.
Ficou estabelecido que a mudança deveria ocorrer todos os anos a partir da 0h do terceiro domingo de outubro, até 0h do terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte – exceto quando houver coincidência entre o domingo previsto para o término do horário de verão e o domingo de carnaval, ai nesse caso o encerramento do período acontece no domingo seguinte.
Alemanha foi primeiro país a adotar horário
A ideia de adotar um horário de verão remonta ao século 18. O primeiro a falar sobre isso foi inventor norte-americano Benjamin Franklin – conhecido por inventar para-raios --, quando ainda não havia luz elétrica. Mas a ideia não teve aceitação do governo dos EUA.
Sua aplicação de fato aconteceu pela primeira vez em 1916, na Alemanha. Naquele ano, o antigo Império Alemão estava envolvido na Primeira Guerra Mundial e sofria com um severo bloqueio naval imposto pelo Reino Unido, que resultou no corte das importações de petróleo e parafina (usada na fabricação de velas). A argumentação para colocar a medida em prática era economizar energia.
Os relógios foram adiantados às 23h de 30 de abril de 1916, um domingo, e assim ficaram até 1º de outubro. No mesmo dia, o antigo Império Austro-húngaro, aliado da Alemanha, seguiu o exemplo e adiantou os relógios. Logo depois, foi a vez da Romênia, da França, do Reino Unido e, mais tarde, dos EUA.
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