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Justiça nega pedido de redução de pena para Viúva da Mega-Sena

Adriana Ferreira de Almeida, viúva de Rennê Sena, ganhador da Mega-Sena - REUTERS/Fernando Quevedo-Agencia O Globo
Adriana Ferreira de Almeida, viúva de Rennê Sena, ganhador da Mega-Sena Imagem: REUTERS/Fernando Quevedo-Agencia O Globo

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

11/09/2019 12h55

Condenada pelo assassinato do milionário René Senna, a cabeleireira Adriana Ferreira Almeida, conhecida como Viúva da Mega-Sena, teve o pedido de redução de pena rejeitado pela 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. Com a negativa do habeas corpus impetrado pela defesa, esgota-se a possibilidade de recurso no Tribunal de Justiça do Rio. De acordo com o advogado, Eduardo Mayr, um novo pedido de habeas corpus foi enviado há duas semanas no Superior Tribunal de Justiça.

"A tábua de salvação agora é o tribunal de Brasília. O processo foi distribuído para a 5ª Turma e ficará sob responsabilidade do ministro Reynaldo Soares da Fonseca. Esse é o mais importante no momento", disse o advogado. A defesa de Adriana pedia no habeas corpus a diminuição da pena de 20 anos de prisão, o que foi negado. A decisão foi assinada pelo relator do caso, desembargador Claudio Tavares de Oliveira Junior, no dia 15 de agosto.

A Viúva da Mega-Sena foi condenada em primeira instância em dezembro de 2016. De acordo com a acusação, ela mandou matar o marido, após ele descobrir que estava sendo traído e afirmar que a excluiria do testamento. O crime ocorreu em janeiro de 2007, em Rio Bonito, na Região Metropolitana do Rio. Segundo a denúncia, dois homens contratados por Adriana atiraram e mataram o lavrador que ganhou um prêmio de R$ 57 milhões da Mega-Sena em 2005.

Adriana foi condenada por homicídio duplamente qualificado e chegou a ficar foragida. Ela foi presa em 2018 na cidade de Tanguá, também na Região Metropolitana, em uma casa que era usada como esconderijo, segundo a polícia informou na ocasião. Desde então, ela cumpre pena em um presídio na capital Fluminense.

Derrota no Supremo

Em fevereiro deste ano, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, já havia indeferido um dos habeas corpus, no qual a defesa de Adriana pedia anulação do júri responsável pelo caso. Na ocasião, os advogados alegaram que o conselho de sentença teria sido composto "em desacordo com o Código Penal" fazendo com que a ré fosse julgada por "uma cascata de jurados previamente estabelecidos". De acordo a defesa, o vício na formação do conselho justificaria a anulação do julgamento realizado em dezembro de 2016. No entanto, o ministro Alexandre de Moraes, negou a alegação da defesa.

Além de aguardar a decisão do Superior Tribunal de Justiça sobre a redução de pena, Adriana espera também por uma decisão sobre um último processo envolvendo a herança de René. Apesar de a Justiça ter anulado o testamento que beneficiava a cabeleireira, a filha do milionário recorreu. Renata Almeida Sena, 32, solicitou a revalidação do testamento que beneficia a assassina de seu pai em detrimento da decisão que dividia a herança entre ela e seus nove tios, irmãos do lavrador. O recurso deve ser julgado até o final do ano.