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Chuva em Petrópolis: bombeiro teve casa destruída por "toneladas de pedras"

Morador de Petrópolis, Jefé Eschi teve a casa destruída por deslizamento - Arquivo Pessoal
Morador de Petrópolis, Jefé Eschi teve a casa destruída por deslizamento Imagem: Arquivo Pessoal

Gabriel Sabóia e Marcela Lemos

Do UOL e colaboração para o UOL, no Rio

09/01/2020 12h49

As fortes chuvas que atingem Petrópolis, na região serrana do Rio, desde a semana passada, já causaram destruição em bairros turísticos e prejuízo para os moradores. Ontem (8), o Corpo de Bombeiros registrou 124 ocorrências de deslizamentos de terra, enchentes e inundações. Quinze imóveis foram interditados até as 11h30 de hoje e ao menos 33 famílias tiveram de deixar suas casas.

O bombeiro civil Jefé Eschi, 32, foi um dos que ficaram desabrigados depois da chuva de ontem. A casa dele, localizada no bairro Mosela, ficava próxima de uma encosta e foi destruída por um deslizamento. "A chuva começou a descer de uma forma violenta. Fui para fora de casa e com uma enxada comecei a tirar terra, abrindo caminhos para água, mas a natureza venceu. A água chegou a 1,80 m, até que a barreira desceu com toneladas de pedras e passou por cima de tudo. Eu me salvei por um milagre. A Defesa Civil veio aqui e interditou a área", relatou.

Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram a destruição no centro histórico da cidade. A força da água removeu o asfalto de várias ruas da região, deixando à mostra o calçamento antigo da cidade.

Outros registros mostram a força da água depois dos transbordamentos dos rios da região, como o Piabanhas e o Quitandinha.

Desde o último dia 2, a cidade tem sido atingida por fortes chuvas. O coronel Paulo Renato, da Defesa Civil, afirmou que nenhuma cidade do país conseguiria passar ilesa à chuva que atingiu Petrópolis na tarde de ontem.

Deslizamento de terra destruiu a casa do bombeiro Jefé Eschi - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal

"Nem Rio, nem São Paulo, nem Belo Horizonte. A diferença é que Petrópolis é uma cidade com histórico de 411 mortes por desastres nos últimos 30 anos, estamos resistindo e superando sem nenhuma morte. Isso é resultado de um trabalho preventivo realizado pela Defesa Civil, não apenas no verão, mas durante o ano todo", afirmou.

O coronel ressaltou que a previsão é de mais chuva para hoje. "A previsão é de mais 45 mm de chuva. É importante que os petropolitanos estejam atentos", ressalta.

A região serrana do Rio convive com frequentes problemas causados pelas fortes chuvas que atingem os municípios locais. Em janeiro de 2011, as cidades de Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis conheceram a maior tragédias que já atingiu a região. Números oficiais mostram que 916 pessoas morreram e outras 345 ficaram desaparecidas depois de inundações e deslizamentos de terra.