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Polícia quer exumar corpo da 1ª vítima de cerveja com substância tóxica

Erwin Oliveira - 23.mai.2014/Framephoto/Estadão Conteúdo
Imagem: Erwin Oliveira - 23.mai.2014/Framephoto/Estadão Conteúdo

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

20/01/2020 19h42Atualizada em 20/01/2020 22h04

Resumo da notícia

  • Maria Augusta morreu após consumir cerveja da Backer no ano passado
  • Parentes dela prestaram depoimento hoje à Polícia Civil de Minas Gerais
  • Investigadores também recolheram nos amostras na sede da cervejaria nesta segunda

A Polícia Civil de Minas Gerais pediu hoje à Justiça a exumação do corpo de Maria Augusta de Campos Cordeiro, que morreu em 28 de dezembro após beber a cerveja Belorizontina no ano passado. Ainda não houve resposta a respeito do pedido.

Nesta segunda, o delegado responsável pelo caso, Flávio Grossi, ouviu o depoimento de quatro parentes da mulher de 60 anos. Eles confirmaram que Maria Augusta havia consumido a cerveja da empresa Backer no período em que esteve hospedada em Belo Horizonte, entre 15 e 21 de dezembro de 2019. Lotes da cerveja estavam com substâncias tóxicas.

De acordo com os depoimentos, a mulher começou a passar mal, e seu estado de saúde piorou rapidamente quando voltou para casa, em Pompéu, a cerca de 170 quilômetros da capital mineira. A causa da morte foi registrada no atestado de óbito como insuficiência renal e alteração neurológica.

Com a exumação e os depoimentos, a Polícia Civil busca entender os acontecimentos que aconteceram antes da intoxicação.

Até o momento, quatro mortes —entre as quais, a de Maria Augusta— foram provocadas por intoxicação pela substância dietilenoglicol, que foi encontrada na cerveja Belorizontina. Hoje, o número de casos investigados subiu para 21.

Uma equipe da Polícia Civil esteve hoje na fábrica da Backer, no bairro Olhos D´Água, em Belo Horizonte, para continuar as investigações nas linhas de produção da cervejaria. Novas amostras de cervejas foram recolhidas e serão analisadas juntamente com outras recolhidas na semana passada.

De acordo com a corporação, as amostras recolhidas —tanto da cervejaria, quanto da empresa Imperquímica, que vendia a substância monoetilenoglicol para a Backer— são analisadas pelos peritos do Instituto de Criminalística da Polícia Civil.

A polícia ainda informou que os laudos técnicos das amostras dos lotes de cerveja recolhidos não têm previsão para conclusão. Nesta semana, estão previstos novos depoimentos de familiares de outras vítimas intoxicadas.

Procurada pela reportagem, a Backer disse que "aguarda os resultados das apurações e continua à disposição das autoridades".

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