Topo

Esse conteúdo é antigo

TV: Polícia vê contradições e falso testemunho em depoimento de Flordelis

A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) foi denunciada como mandante do assassinato do marido - Cláudio Andrade/Câmara dos Deputados
A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) foi denunciada como mandante do assassinato do marido Imagem: Cláudio Andrade/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

03/09/2020 08h14Atualizada em 03/09/2020 09h14

A Polícia Civil apontou 33 observações ou incongruências no depoimento prestado pela deputada federal Flordelis (PSD-RJ) em maio deste ano. A parlamentar foi denunciada pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) como mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, ocorrido 2019. Ela nega as acusações.

Segundo a CNN, que teve acesso aos depoimentos e documentos da investigação, o delegado Allan Duarte aponta que ela prestou "falso testemunho" e apresenta "indisposição de colaborar com a justiça".

Em seu depoimento em maio, que durou mais de duas horas, a parlamentar disse que depois da morte de Anderson estava sedada, tem isquemia cerebral e tinha dificuldade de se lembrar de detalhes. Ao longo da fala, no entanto, contou com riqueza de detalhes conversas que teve com os filhos naquela semana e detalhes sobre transações da igreja Ministério de Flordelis - Cidade do Fogo.

Segundo a emissora, Flordelis também se contradisse a respeito de um cofre na casa da família. Inicialmente, ela afirmou que só ela e Anderson tinham acesso a ele. Depois, informou que dois filhos também tinham a senha e que o equipamento estava quebrado.

Num outro momento, a parlamentar explicou que o cofre estava aberto e que uma de suas filhas, Marzy, teria confessado que roubou o dinheiro. Por fim, disse que o dinheiro - cerca de R$ 5 mil, segundo as investigações, - estava na bolsa de Anderson. Tanto a bolsa quanto o celular dele desapareceram.

"A verdade prevalecerá", diz Flordelis

Anderson foi morto a tiros dentro de casa na madrugada de 16 de junho de 2019 em Niterói, região metropolitana do Rio. Cinco filhos e uma neta da parlamentar foram presos preventivamente por envolvimento no crime no dia 24 de agosto. Outros dois filhos — um biológico e outro adotivo — já se encontravam detidos após assassinato. Flordelis não foi presa porque tem imunidade parlamentar. Ao todo, 11 pessoas foram denunciadas.

Ontem, numa rede social, ela afirmou que não mandou matar o seu marido e acredita que "a verdade prevalecerá". No texto publicado, acompanhado de uma imagem com uma mensagem bíblica, a pastora diz que a mídia tem veiculado o caso "das formas mais cruéis" e que ela está sendo "condenada, sem nem ter direito a julgamento".