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Flordelis diz estar sem direito a defesa e afirma 'que verdade prevalecerá'

A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) afirmou que não mandou matar o seu marido e acredita que a "verdade prevalecerá" - Michel Jesus/Câmara dos Deputados
A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) afirmou que não mandou matar o seu marido e acredita que a 'verdade prevalecerá' Imagem: Michel Jesus/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo*

02/09/2020 09h10Atualizada em 02/09/2020 10h15

A deputada federal Flordelis dos Santos (PSD-RJ) postou pela primeira vez nas redes sociais após ser denunciada pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) como mandante do assassinato do pastor Anderson do Carmo, então marido da parlamentar, em junho de 2019. A pastora afirmou que não mandou matar o seu marido e acredita que "a verdade prevalecerá".

No texto publicado, acompanhado de uma imagem com uma mensagem bíblica, a pastora diz que a mídia tem veiculado "das formas mais cruéis" o caso e que ela está sendo "condenada, sem nem ter direito a julgamento".

Muito tem sido dito na mídia, das formas mais cruéis, sem que eu tenha qualquer chance de defesa. Estou sendo condenada, sem nem ter direito a julgamento
Flordelis dos Santos

A parlamentar voltou a afirmar que não mandou matar o seu marido e ponderou que a morte de Anderson foi uma grande perda em sua vida pois o pastor era quem a "ajudava, inclusive em todos os aspectos práticos da vida".

Eu não tenho o que esconder, eu não mandei matar o meu marido. Se alguém perdeu com a morte dele, fui eu, ele era tudo pra mim, meu companheiro que me ajudava e me guiava, inclusive em todos os aspectos práticos da vida.

Ainda na publicação, Flordelis pediu o direito de defesa antes de ser julgada pela opinião pública e declarou que sabe que "a verdade vai prevalecer". A pastora também compartilhou o link da entrevista que ela concedeu ao jornalista Roberto Cabrini, no qual falou a sua versão acerca do caso e disse não estar preparada para ser presa.

Olhem para a minha trajetória até agora, não há nada do que possam me acusar, sempre fui uma serva de Deus, vivendo o caminho que Ele traçou para mim. Antes de me sentenciarem, me deem o direito de defesa. Eu sei que a verdade vai prevalecer.

Entenda o caso

No dia 24 de agosto, cinco filhos e uma neta da parlamentar foram presos em uma operação organizada pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e pela Polícia Civil.

Ambos os órgãos concluíram a investigações e a promotoria denunciou Flordelis como a mandante do crime. Onze pessoas foram denunciadas no total, mas a pastora é a única que não foi presa devido à sua imunidade parlamentar.

O delegado Allan Duarte informou que a primeira fase da investigação identificou que o executor do crime é Flávio dos Santos Rodrigues, um dos filhos biológicos da parlamentar, e Lucas César dos Santos, filho afetivo do casal, foi reconhecido como a pessoa que comprou a arma utilizada no assassinato.

A investigação aponta que a deputada Flordelis planejou o homicídio de Anderson e foi a responsável por convencer o executor e os outros acusados a participarem do crime que, inicialmente, foi considerado como um latrocínio — roubo seguido de morte.

Ainda segundo a denúncia, a parlamentar financiou a compra da arma e informou a chegada da vítima no local em que ele fosse assassinado.

O crime teria sido motivado devido a vítima ser rigorosa no controle financeiro da família e administrar conflitos com um posicionamento rígido, sem permitir que pessoas mais próximas à parlamentar tivesse privilégios que os demais membros da família não detinham.

Defesa da parlamentar

Ainda no dia 24 de agosto, Anderson Rollemberg e Maurício Mayr, advogados de Flordelis, se pronunciaram acerca do caso e afirmaram que ficaram "surpresos" com a operação.

"A deputada desde o início desse segundo inquérito foi tratada como testemunha, vindo a ser indiciada agora no final e denunciada. Tivemos acesso hoje ao processo, vamos fazer análise e estudo do caso. Ela [deputada] figurava como testemunha na ocasião e não atrapalhou as investigações. Vamos estudar o processo, vamos fazer os pedidos pertinentes em favor dela, pois acreditamos na inocência dela", afirmou Mayr.

*Com informações de Andreia Martins, Marcela Lemos e Herculano Barreto Filho, do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL, no Rio