Filho diz ter sido manipulado por Flordelis: 'Foi uma lavagem cerebral'
O filho afetivo da deputada federal Flordelis dos Santos (PSD-RJ), Wagner Andrade Pimenta, conhecido como Misael, disse que foi manipulado pela sua mãe, assim como outros irmãos suspeitos de envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo, marido de Flordelis. Misael (MDB-RJ) é vereador de São Gonçalo, cidade da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, e apontou Flordelis como mandante do crime em depoimento à polícia.
"Hoje, tenho 42 anos e acredito que ela me manipulou, foi uma lavagem cerebral", disse Misael em entrevista ao jornal Extra, afirmando ainda que mantinha uma "gratidão" por Flordelis e fazia "tudo para agradá-la".
"Eu tinha 12 anos de idade quando cheguei na casa. Acreditava que estava fazendo o certo, ajudando com as crianças, pegando doações na rua. Me envolvi. Eu não percebia que havia essa manipulação", acrescentou o vereador, que é um dos 55 filhos da deputada, entre biológicos, adotados e afetivos.
Misael rompeu relações com a mãe desde junho do ano passado, quando deu depoimento à polícia poucos dias após a morte de Anderson. Segundo ele, Flordelis "não aceitou seu posicionamento" e isso "gerou uma separação natural". O vereador acredita que os seus irmãos que alegam a inocência da deputada estão mentindo.
"Quem ficou do lado dela não falou a verdade. Foram manipulados. Eu falei o que sabia, entreguei meu celular na delegacia. Ela não contava com isso, que eu me posicionasse dessa forma", contou o vereador, eleito em São Gonçalo como Misael da Flordelis.
"A Justiça vai ser feita. Acredito que, lá no fundo do coração, ela se arrepende do que fez. Ele era a engrenagem central da família. Ela não demonstra esse arrependimento em atitudes, mas quando coloca a cabeça no travesseiro, deve pensar: 'O que fiz da minha vida?'", disse Misael.
Aviso a Anderson
O vereador também relatou que avisou o pastor sobre o plano para matá-lo, mas que Anderson "estava cego" e não acreditou na hipótese de Flordelis tramar a sua morte.
"Sim. Eu cheguei a falar com ele sobre isso. Foi até mesmo ele que me procurou, porque descobriu que havia essa trama macabra. Mas ele não levou a sério. Cheguei a falar com ele a possibilidade de ela estar envolvida, mas ele não acreditava", afirmou.
"Era Deus no céu e ela na terra. O pastor amava muito ela", completou o filho afetivo da deputada Flordelis, que segue exercendo seu mandato em Brasília porque tem imunidade parlamentar e não pode ser presa.
Na investigação conduzida pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e a Polícia Civil, Flordelis é apontada como mandante do crime. Cinco filhos e uma neta da deputada já foram presos suspeitos de envolvimento na morte de Anderson, assassinado com 30 tiros na garagem da casa da família em Niterói (RJ).
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