'Tesouro' achado no Pará inclui moedas de 1816 a 1841, conclui Iphan
As moedas antigas achadas no quintal de uma idosa de 77 anos, em Colares, interior do Pará, são verdadeiras. A conclusão está na análise técnica realizada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). O relatório preliminar aponta que o 'tesouro' é datado de três períodos diferentes, compreendendo entre 1816 a 1841.
O caso, conhecido como "Tesouro de Colares", causou correria na pequena cidade paraense, de 12 mil habitantes, em 16 de janeiro. Homens se passaram por historiadores para convencer uma idosa a entrar no quintal dela. Com uso de detector de metais, eles conseguiram levar dezenas de moedas antigas. A PF (Polícia Federal) ainda investiga o caso.
De acordo com o Iphan, das moedas levadas, o órgão teve acesso posterior a 69 unidades, que se encontram sob guarda provisória do instituto. Após análise do quintal da idosa, o relatório técnico ainda apontou "que toda a área averiguada é de interesse à pesquisa arqueológica, havendo a necessidade de se realizar uma investigação mais específica".
A análise preliminar revelou que as moedas são de três momentos históricos brasileiros. Em comum, todas são de cobre.
O primeiro faz referência a moedas produzidas entre 1816 e 1822, o que ainda abrange o período de pré-independência no Brasil. O segundo é do Império, produzidas entre 1822 e 1831. Ambas são originárias da Casa da Moeda, no Rio de Janeiro.
Já o terceiro tipo de moeda verificado, com carimbos locais do Pará, é possivelmente datado do intervalo entre 1831 e 1841, época conhecida como Período Regencial. O Iphan não conseguiu identificar a origem da fabricação da moeda local.
Segundo o Iphan, o relatório final ainda está em aberto em conjunto com a PF e MPF (Ministério Público Federal).
Vendas e compras do moedas são proibidas
Por se tratar de bens arqueológicos, o Iphan explicou que é proibida a comercialização das moedas ou qualquer outro item encontrado no quintal da idosa, em Colares.
"Concluímos que as moedas retiradas no município de Colares são bens arqueológicos e não "tesouros" passíveis de apropriação e comercialização. Por se tratar de bens da União, não há, nesse caso, a possibilidade de inferir um valor estimado visto que o aproveitamento econômico, ou seja, a comercialização desta tipologia de bem é proibida, conforme Lei Federal 3.924 de 1961", informou ao UOL.
A busca pelo tesouro
Dezenas de moedas centenárias foram encontradas em 16 de janeiro. As relíquias são consideradas um 'tesouro' pela prefeitura de Colares, que isolou o terreno para conter os moradores em busca das raridades após a informação se espalhar pela cidade.
De acordo com a Secretaria de Cultura de Colares, moradores acionaram a prefeitura depois de tomarem conhecimento de que um homem com uso de detector de metal se passou por professor de história para entrar no terreno de uma moradora. Ele estaria acompanhado de outras pessoas e teria levado do local dezenas de moedas antigas.
A prefeitura registrou um boletim de ocorrências na Polícia Civil e acionou o para fazer um estudo sobre a área onde o tesouro foi achado. O caso foi remetido à Polícia Federal.
O caso gerou a saída de casa da idosa, de 77 anos, proprietária do terreno. Ela mudou de cidade após virar alvo de pessoas atrás do tesouro no solo.
A família revelou ao UOL que a vida da mulher mudou completamente, mas para pior, sendo até alvo de invasões e tentativas de assalto.
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