Caça ao tesouro encontra moedas raras (e muito valiosas) em cidade do PA
Dezenas de moedas centenárias foram encontradas ontem em um quintal de Colares, a 62 quilômetros de Belém. As relíquias são consideradas um "tesouro" pela prefeitura, que isolou o terreno para conter os moradores em busca das raridades após a informação se espalhar pela cidade.
De acordo com a Secretaria de Cultura de Colares, moradores acionaram a prefeitura após tomarem conhecimento de que um homem com uso de detector de metal se passou por professor de história para entrar no terreno de uma moradora. Ele estaria acompanhado de outras pessoas e teria levado do local dezenas de moedas antigas.
Imagens recebidas pela prefeitura e compartilhadas nas redes sociais mostram um carrinho de mão repleto de moedas. Em outra imagem, mais aproximada, aparece a data de 1819 grafada em uma das relíquias. A data ainda abrange o período colonial no Brasil, vigente até 1822.
A prefeitura registrou um boletim de ocorrências na Polícia Civil e acionou o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para fazer um estudo sobre a área onde o tesouro foi achado.
Os "caçadores do tesouro" ainda não foram identificados pela prefeitura. A suspeita é de que sejam de outra cidade. A dona do terreno é idosa e mora sozinha. Ela não é considerada cúmplice.
O secretário de Cultura, Fabiano Silva, acredita na possibilidade de mais relíquias no terreno. A área é próxima de onde existia um dos portos do Grão-Pará, província que até 1889 abrangia os territórios hoje denominados de Amazonas, Amapá, Roraima e parte de Rondônia.
"Isolamos o terreno para resguardar o espaço para estudos. Ainda não identificamos essas pessoas que participaram da caça ao tesouro, mas tomamos as providências para quem em um futuro a gente criar um museu no município", disse o secretário de Cultura, Fabiano Silva.
Iphan confirmará autenticidade
O Iphan disse ao UOL que iniciará em 21 de janeiro uma vistoria no terreno "para entender do que se trata e confirmar a autenticidade dos objetos".
"Ao final da vistoria, o Iphan poderá cadastrar o local do achado como sítio arqueológico, indicando o desenvolvimento de estudos e, se for o caso, instituições para a guarda dos artefatos", afirmou.
O órgão ainda comunicou que acionou a Polícia Federal, "uma vez que a legislação proíbe o aproveitamento econômico, a destruição ou a mutilação de jazidas arqueológicas".
"Ressaltamos que artefatos arqueológicos possuem valor inestimável para a compreensão do passado e, no caso dos objetos encontrados em Colares, da ocupação do litoral paraense. A venda desses objetos é ilegal", explicou.
Vendida a R$ 160, moeda pode valer R$ 15 mil
Ao UOL, o historiador Franck Coutinho — que também coleciona moedas antigas —, diz nunca ter visto uma moeda com grafia cunhada com a data de 1819. Ele calcula que, se confirmada a autenticidade, o item pode valer R$ 15 mil no mercado de colecionadores.
A prefeitura informou que viu anúncios da moeda na internet ao valor de R$ 160, parcelado em até 12 vezes.
"É uma moeda muito bonita e que tem um valor histórico para nossa nação. Ela foi cunhada na Casa da Moeda, do Rio de Janeiro, em 1819, e marcada com carimbo unifacial de 20 réis em Belém. Ela é extremamente rara. Essa data de 1819 ainda não tinha visto. Uma moeda dessa deve valer de R$ 15 mil a R$ 20 mil", prevê o historiador.
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