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Doria reinaugura Museu da Língua Portuguesa, fechado após incêndio

Museu da Língua Portuguesa reabre com presença de autoridades - SAULO DIAS/PHOTOPRESS/Folhapress
Museu da Língua Portuguesa reabre com presença de autoridades Imagem: SAULO DIAS/PHOTOPRESS/Folhapress

Gabriel Toueg

Colaboração para o UOL, em São Paulo

31/07/2021 12h53

Em uma cerimônia cheia de chefes de estado e diplomatas dos países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), o museu que celebra o idioma e que ficou fechado desde 2015, depois que um incêndio destruiu suas instalações, foi hoje reaberto na capital. O governador João Doria encerrou a cerimônia sem mencionar o incêndio recente a outro equipamento da Cultura, a Cinemateca.

A grande ausência foi a do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que não enviou nenhum representante. Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Michel Temer (MDB) estiveram presentes. Segundo Doria, Bolsonaro foi convidado, mas "preferiu passear de moto em Presidente Prudente".

O presidente está na cidade do interior de SP para uma visita ao Hospital de Esperança, que será oficialmente credenciado ao Sistema Único de Saúde (SUS). Antes da visita, no entanto, Bolsonaro participou de um passeio de motocicleta com apoiadores.

O ex-presidente José Sarney, que havia confirmado a presença, acabou não participando porque teve um resfriado e decidiu não deixar sua casa em Brasília.

João Doria, na primeira fileira à direita, e Michel Temer, de gravata roxa, Fernando Henrique Cardoso, de gravata roxa e calça cinza, na segunda fileira, em evento de reinauguração do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo - Gabriel Toueg/UOL - Gabriel Toueg/UOL
João Doria, na primeira fileira à direita, e Michel Temer, de gravata roxa, Fernando Henrique Cardoso, de gravata roxa e calça cinza, na segunda fileira, em evento de reinauguração do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo
Imagem: Gabriel Toueg/UOL

Fechado após incêndio

O Museu da Língua Portuguesa reabre ao público amanhã, 1 de agosto, na região central de São Paulo, depois de ter sido danificado em 2015 por um incêndio de grandes dimensões, que provocou danos severos ao edifício. Um dos principais locais dedicados à lusofonia, ele teve dois de seus andares destruídos e estava fechado para recuperação desde então. Seu acervo virtual pôde ser recuperado por meio de backups.

A exposição temporária "Língua Solta" marca a reabertura do museu ao público. "A mostra revela a língua portuguesa em seus amplos e diversos desdobramentos na arte e no cotidiano, por meio de um conjunto de artefatos que ancoram seus significados no uso das palavras, como objetos da arte popular e da arte contemporânea, apresentados de maneira diversificada", disse a Secretaria de Cultura de São Paulo em nota.

A reinauguração acontece dois dias depois que outro museu da cidade, a Cinemateca, foi atingido por um incêndio. No dia 29, parte do acervo da Cinemateca foi destruído em um incêndio.

Em coletiva durante a reinauguração, Doria anuncia que vai pedir ao Ministério Turismo que transfira ao governo de SP a administração da Cinemateca. "Aqui faremos a gestão em parceria com a prefeitura", segundo o governador, isso era um sonho do ex-prefeito Bruno Covas.

Presença de autoridades

O evento ocorre cercado de um forte aparato de segurança, que bloqueou a quadra ao redor da Estação da Luz e do Museu, incluiu testagem rápida de covid-19 e manteve os convidados de honra afastados entre si na plateia central, além de oferecer salões em que outros assistentes puderam acompanhar por meio de telões. Todos foram obrigados a usar máscara.

Questionado sobre a ausência de Bolsonaro, o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que sentia que deveria vir e, tentando sair da saia justa, disse apenas que "creio que como estou cá, como presidente português, seria bom que o presidente brasileiro cá viesse também".

O ministro da Cultura angolano, Jomo Fortunato, destacou em seu discurso a importância de um museu sobre o idioma. O presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, lembrou que o museu é "um sinal da importância e do carinho que damos para a língua portuguesa". Também presente, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, lembrou que somos 260 milhões de falantes. "Esta é uma celebração do nosso futuro, do futuro da língua portuguesa", disse Sousa.