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Preso suspeito de matar ex e a mãe dela por não aceitar fim de namoro no ES

Mãe e filha foram assassinadas a tiros com minutos de diferença, no Espírito Santo - Arquivo pessoal
Mãe e filha foram assassinadas a tiros com minutos de diferença, no Espírito Santo Imagem: Arquivo pessoal

Matheus Brum

Colaboração para o UOL, em Vitória (ES)

29/11/2021 22h40

Foi preso, na tarde de hoje, Adenilton de Jesus Nascimento dos Santos, 27. Ele é o suspeito de ter assassinado com tiros na cabeça Karina Freitas, 20, e a mãe dela, Silvanete dos Santos Freitas, 38, em Vila Velha (ES), na última quinta-feira (25).

De acordo com a Polícia Civil, Adenilton primeiro assassinou Silvanete, ex-sogra e mãe de Karina, com um tiro na cabeça após uma discussão no bairro Zumbi dos Palmares. Na sequência, foi até o local de trabalho de Karina, ex-namorada e mãe da filha dele de um ano, e a matou com outro tiro na cabeça, no bairro Cobilândia.

"Conversou com Karina e tranquilamente pediu para que ela o acompanhasse até a porta para dar informações sobre a certidão de nascimento e a carteira de vacinação da filha deles. A vítima o seguiu. Ele subiu na moto, ligou [o veículo]. Perguntou sobre as ameaças que, segundo ele, o atual namorado dela teria feito. Ela negou. Ele perdeu a cabeça, disparou na cabeça dela e fugiu", explicou a delegada titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), Raffaella Aguiar.

Adenilton - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Adenilton de Jesus não aceitava fim do relacionamento com Karina, com quem teve uma filha
Imagem: Arquivo Pessoal

Raffaella contou que Adenilton, após o crime, fugiu para a zona rural de Viana, cidade da Grande Vitória. Quando percebeu que os policiais estavam chegando ao sítio em que estava, fugiu novamente. Ele se entregou na tarde de hoje.

"No final da tarde de quinta-feira, a gente tinha tentado surpreendê-lo dentro de um sítio, que a família dele tem em Viana. Só que, por ele conhecer a localidade — e área rural sempre é uma coisa mais complicada —, conseguiu se evadir. Desde então, ele estava sendo considerado foragido. E hoje ele se apresentou, acredito eu porque viu que o cerco estava sendo fechado", ressaltou a delegada.

Para Rafaella Aguiar, os crimes foram premeditados. "Ele pensou em vários trechos [dos assassinatos] e não tem como, por impulso, ter tido tanto cuidado. Saiu do trabalho com o carro dele, deixou em casa, pegou uma moto de um conhecido e colocou uma mochila de entregas delivery, dizendo que era um disfarce. A arma, calibre 38, comprada na feira do Aribiri [bairro de Vila Velha], meses antes, ele disse que dispensou e jogou o celular fora para dificultar a prisão", explicou.

No depoimento que prestou depoimento, segundo a polícia, Adenilton tentou forçar alguma emoção e arrependimento. Ele foi preso temporariamente por 30 dias, com possibilidade de prorrogação por mais 30. Ele já tem passagem pela Justiça pela Lei Maria da Penha, em ocasião de um relacionamento anterior. Ele foi levado para o Centro de Triagem de Viana.

A filha de Karina com Adenilton está sob os cuidados da avó paterna.

Relembre o caso

Karina Freitas e Silvanete dos Santos Freitas foram assassinadas com uma diferença de poucos minutos. Primeiro, o suspeito teria ido até a casa de Silvanete. A mulher estava em casa junto com uma irmã. Com capacete na mão, ele teria invadido a casa e começou uma discussão por cerca de dois minutos, antes do rapaz supostamente ter atirado e matado a vítima na hora.

De moto, ele então teria se dirigido até uma empresa de reciclagem, distante 3 km, onde procurou Karina. "Ela foi conversar com ele. Começaram a conversar, tranquilamente. Até aí estava tudo bem. Do nada ele pegou a arma e deu um tiro na cabeça dela. Ele não ficou nervoso em nenhum momento. Guardou o revólver, montou na moto e foi embora", relembrou, muito chocado, o empresário, dono da empresa de reciclagem, que preferiu não se identificar.

Karina deixa a filha de um ano. Já Silvanete deixa três filhos.