Caso Evandro: Justiça mantém condenação de Beatriz Abagge por assassinato
A 2ª Câmara Criminal do TJ-PR decidiu manter a condenação de Beatriz Abagge pelo desaparecimento e morte do menino Evandro Ramos Caetano.
O que aconteceu?
- Por três votos a dois, os desembargadores decidiram pela manutenção da condenação de Beatriz Abagge no caso Evandro. Em 1992, o menino sumiu no trajeto entre a casa onde morava e a escola em Guaratuba (PR);
- No recurso julgado ontem, a defesa alegou que as confissões gravadas de Beatriz e outros réus foram feitas sob tortura. A defesa pedia a anulação das condenações e o reconhecimento de inocência, além de indenização por danos morais e materiais;
- A 2ª Câmara entendeu que as gravações não poderiam ser aceitas como prova por precisarem passar por comprovação judicial. O relator, desembargador Mauro Bley Pereira Junior, foi acompanhado pela maioria.
- A defesa pode recorrer. O relator Mauro Bley ressaltou que os advogados podem fazer um novo pedido para reavaliação do caso após as gravações passarem por perícias oficiais.
- Nas redes sociais, Beatriz Abagge se manifestou. "Não deu dessa vez, mas jamais desistiremos da esperança e luta pela Justiça".
Expresso meu veemente repúdio ao uso da máquina estatal para prática de qualquer tipo violência, e, neste caso em especial, contra o ser humano para obtenção de confissões, e diante disto é que peço, em nome do Estado do Paraná, perdão pelas sevícias indesculpáveis cometidas no passado contra a senhora.
Secretário estadual de Justiça, Trabalho e Família, Ney Leprevost
Governo pediu desculpas a Beatriz por tortura
- Em 2022, o governo do Paraná publicou carta oficial com pedido de desculpas a Beatriz Abagge; O reconhecimento de excessos ocorreu após áudios descobertos pelo podcast "Projeto Humanos" revelarem que houve tortura contra Celina e Beatriz Abagge para que elas confessassem falsamente o crime.
- Em 1992, o garoto Evandro Ramos Caetano, de seis anos, foi sequestrado. Alguns dias depois, o corpo dele foi encontrado em um matagal de Guaratuba (PR) com órgãos arrancados e pés e mãos cortados.
- Na época, um grupo foi preso acusado de praticar "bruxaria". Entre essas pessoas, estavam Celina Abagge, então primeira-dama de Guaratuba, e a filha Beatriz Abagge.
- No primeiro julgamento, realizado em 1998, Beatriz e Celina foram absolvidas. O Ministério Público, no entanto, recorreu da decisão e conseguiu um novo julgamento. Apenas Beatriz foi julgada já que o crime estava prescrito para a mãe porque ela tinha 70 anos.
- Beatriz foi condenada a 21 anos de prisão.
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