Novos vídeos mostram cabine do Costa Concordia e passageiros abandonando o navio naufragado

Vídeos inéditos divulgados pelo canal de televisão italiano TG5 nesse fim de semana mostram imagens da cabine da tripulação e dos passageiros deixando o navio de cruzeiro Costa Concordia –que se chocou contra rochas e naufragou no dia 13 de janeiro na ilha de Giglio, na costa da Itália, após ter sua rota desviada. Dezessete pessoas morreram e outras 15 continuam desaparecidas.  

Um dos vídeos mostra as reações do comandante Francesco Schettino e da tripulação ao se dar conta do acidente. Na cabine de comando, é possível ouvir o comandante e alguns ajudantes falando num nervosismo crescente e descoordenado, à medida que as notícias chegavam das salas das máquinas.

Era por volta das 22h15, meia hora depois da colisão do navio. "Os motores não respondem e vão para o inferno", diz uma voz. "Praticamente tem uma rachadura e a água está entrando", acrescenta. "Estamos à deriva em direção ao litoral, a quantos metros estamos?", pergunta outra voz.

Mais tarde, outra pessoa anuncia: "Comandante, os passageiros estão colocando os coletes salva-vidas". Schettino responde simplesmente em dialeto napolitano: "E vabbuo ("tudo bem, de acordo").

Schettino fala ao telefone, embora não se saiba com quem. Só minutos depois é dado o alarme geral pedindo para que os passageiros se dirijam a cobertura com os coletes salva-vidas.

Em outra imagem, é possível ver os passageiros embarcando sozinhos nos botes e uma confusão generalizada na área externa.

A Promotoria de Grosseto, que coordena as investigações, pediu os vídeos diante das importantes provas relativas ao comportamento do capitão do navio, Francesco Schettino, e dos demais oficiais durante o naufrágio.

Schettino foi detido em 14 de janeiro sob a acusação de abandono da embarcação e homicídio involuntário múltiplo. Atualmente, ele está em prisão domiciliar.

Os promotores mostraram surpresa diante da existência do vídeo, cujo autor é desconhecido, pois nenhum dos membros da tripulação havia informado sua existência.

(Com agências EFE e AFP)