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Protestos por queima de Alcorão deixam 8 mortos e mais de 30 feridos no Afeganistão

Do UOL, em São Paulo

22/02/2012 08h48Atualizada em 22/02/2012 10h28

Pelo menos oito pessoas morreram e 35 ficaram feridas nesta quarta-feira (22) no Afeganistão após manifestações cada vez mais violentas contra a queima de exemplares do Alcorão na maior base dos Estados Unidos no país.

Os distúrbios mais graves ocorreram no distrito de Shinwar, na província de Parwan (ao norte da capital Cabul), onde seis pessoas morreram e 14 ficaram feridas pela ação policial, relatou à agência Efe um porta-voz do governo da região, Roshna Khalid.

Uma pessoa também morreu em Cabul e outra em Jalalabad (leste), segundo os serviços médicos.

Dez pessoas foram internadas no hospital da cidade de Jalalabad com ferimentos de bala, segundo o médico Ahmad Ali. Fontes do governo afirmam que outros 11 manifestantes foram feridos em Cabul.

"Temos 11 feridos nos protestos de hoje em Cabul que foram levados para os hospitais. Dois dos manifestantes estão em situação crítica", informou um porta-voz do Ministério de Saúde afegão.

Um funcionário do Ministério do Interior afirmou à agência de notícias Efe que as 11 pessoas foram feridas "a pedradas", mas o canal de TV afegão "Tolo", no entanto, informou que a polícia disparou contra os manifestantes para tentar controlar os protestos.

Conforme a polícia, alguns manifestantes interromperam estradas enquanto outros caminharam até a sede do Parlamento.

Os protestos começaram na terça-feira em Cabul e também em frente às portas da base americana de Bagram, próxima à capital, depois que vários trabalhadores do centro denunciassem a queima de edições do Alcorão no interior das instalações.

Pouco após o início dos protestos, o chefe da missão da Otan no Afeganistão (Isaf), John Allen, anunciou a abertura de uma investigação e pediu desculpas às autoridades e ao povo afegão afirmando que não se tratou de uma ação proposital.

A profanação do Alcorão é um assunto sensível no Afeganistão. No ano passado, 20 pessoas, incluindo sete trabalhadores da ONU, morreram em protestos por causa da queima pública de um exemplar em uma igreja americana.

(Com AFP e Efe)