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Míssil disparado por milícias de Gaza mata três civis israelenses

Palestinos inspecionam edifício destruído em área alvo de ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza - Mahmud Hams/AFP
Palestinos inspecionam edifício destruído em área alvo de ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza Imagem: Mahmud Hams/AFP

Do UOL, em São Paulo

15/11/2012 07h26

Três civis israelenses morreram e quatro ficaram feridos nesta quinta-feira (15) depois de terem suas casas atingidas por um foguete lançado pelas milícias palestinas desde Gaza. A informação foi confirmada à Agência Efe por fontes médicas israelenses.

"O míssil atingiu um edifício residencial de quatro andares na cidade de Kiryat Malakhi, nas imediações de Gaza, e provocou a morte de três adultos e feriu levemente quatro pessoas, entre elas um bebê de oito meses", declarou Yonatan Yagodowski, porta-voz da Estrela de Davi Vermelha (equivalente à Cruz Vermelha em Israel). 

O Exército israelense voltou bombardear a Faixa de Gaza na madrugada desta quinta-feira (15), atacando uma centena de plataformas de lançamento de foguetes de médio e longo alcance, na chamada operação "Pilar Defensivo", que causou nove mortes nesta quarta-feira (14). Entre as vítimas fatais, está o comandante militar do grupo palestino Hamas, Ahmed Jabari, 52. 

Os ataques noturnos "danificaram significativamente a capacidade de lançamento de foguetes e os armazéns de munição operados pelo Hamas e por outras organizações terroristas", assegura um comunicado do Exército.

As milícias palestinas, que ontem lançaram mais de 50 foguetes contra Israel, seguiram disparando projéteis durante a noite, assegurou à Agência Efe uma porta-voz militar.

A Força Aérea israelense também atacou durante a madrugada várias unidades de milicianos que se preparavam para lançar foguetes contra território israelense e bombardeou com carros de combate outra "estrutura terrorista" na faixa palestina, segundo o comunicado militar.

Fontes militares israelenses explicaram que entre os alvos atacados estão depósitos de munição em edifícios residenciais e civis, o que, a seu entender, prova a forma de operar do Hamas, "usando a população civil como escudo humano". 

Conselho de Segurança pede redução da violência

Em meio a esta que é considerada a maior ofensiva na faixa de Gaza desde a guerra de 2009, o Conselho de Segurança da ONU discutiu nesta quinta-feira (15) a escalada da violência entre Israel e os palestinos de Gaza, mas não tomou decisões, embora tenham sido lançadas chamadas para que as duas partes ponham fim aos enfrentamentos.

O embaixador indiano na ONU, Haerdeep Singh Puri, cujo país preside o Conselho de Segurança neste mês, pediu a Israel e aos palestinos a "máxima contenção" para evitar que "a situação se deteriore ainda mais".

A mensagem da reunião privada celebrada na noite desta quarta-feira (14) pelo Conselho de Segurança é que "a violência deve cessar", disse à imprensa o embaixador indiano.

Essa reunião de emergência teve um formato especial, denominado "privado", pelo que foi realizada a portas fechadas, com a participação de outras partes (israelenses e palestinos) e a presença de outros países que não intervieram (alguns árabes).

O encontro, convocado pelo Egito, transcorreu por mais de uma hora e meia na sede das Nações Unidas, em Nova York, depois que o secretário-geral Ban Ki-moon expressou por telefone ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sua preocupação com a "alarmante" escalada de violência na Faixa de Gaza e no sul de Israel.

Nove pessoas, entre elas o líder do braço armado do Hamas, Ahmed Jaabari, morreram nesta quarta-feira em um ataque seletivo israelense em Gaza. As milícias da faixa, por outro lado, dispararam 55 foguetes contra povoados no sul de Israel.

A embaixadora americana, Susan Rice, apoiou Israel ao ressaltar que nada justifica a violência do Hamas e de outros grupos terroristas contra o Estado judeu.

Os palestinos, por sua vez, haviam pedido ao Conselho de Segurança que aprovasse uma declaração contra Israel, o que não ocorreu. 

(Com Efe)