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Brasil cai em ranking de paz; país é o 4º maior vendedor de armas do mundo

Gil Alessi

Do UOL, em São Paulo

18/06/2014 09h37

O Brasil caiu cinco posições no Global Peace Index, ranking que mede os países mais pacíficos do mundo: foi da 86ª posição em 2013 para a 91ª este ano. O relatório foi divulgado nesta quarta-feira (18). Síria e Afeganistão são os lanternas do levantamento, liderado por Islândia e Dinamarca.

Segundo o documento, o Brasil fica atrás dos vizinhos Uruguai (24º), Chile (30º), Argentina (59º) e Guiana (67º).

Alguns dos principais indicadores que provocaram a queda do país no ranking foram o fácil acesso às armas de fogo e altas taxas de crimes violentos e homicídios – segundo o Mapa da Violência 2014, em 2012 foram 56.337 mortes.

“Os crônicos problemas na segurança pública derrubam o Brasil no ranking abaixo de muitos países com condições socioeconômicas piores, e nos deixa em pé de igualdade com países que sofreram conflitos armados”, afirma Daniel Mack, analista sênior do Instituto Sou da Paz.

Para ele, as armas de fogo “são o principal vetor da violência ao redor do mundo, e o Brasil com suas 35 mil mortes à bala por ano é líder neste macabro ranking em números absolutos”.

Comércio de armas

Segundo Mack, uma pequena “correção” da metodologia prejudicaria ainda mais a colocação do país, pois a boa nota que o país recebe em termos de exportação de armas considera somente grandes equipamentos bélicos, em que o Brasil é um ator intermediário.

“Se considerasse também as armas que mais matam ao redor do mundo, as pequenas e leves, em que o Brasil é um dos maiores exportadores do mundo, o país estaria numa posição ainda pior”, diz.

Hoje também foi divulgado o relatório Small Arms Survey, que monitora conflitos armados e o comércio de armas de fogo no mundo.

O Brasil se manteve como o 4º maior exportador de armas leves (pistolas, revólveres e fuzis), ficando atrás apenas dos Estados Unidos, Itália e Alemanha.

O país também tem um dos menores índices de transparência nas transações comerciais, o que pode ser um indicativo de vendas para países em guerra ou que violam os direitos humanos.

No ano passado, granadas de gás lacrimogêneo brasileiras foram utilizadas pela polícia turca para conter protestos contra o governo.