Após chamar Obama de macaco, Coreia do Norte fica sem internet
As redes de internet fixa e móvel ficaram fora do ar na Coreia do Norte na noite deste sábado (27), horário local, segundo a agência chinesa “Xinhua”, citada pela "Reuters". No início da semana, o país já havia ficado sem conexão por dois dias consecutivos.
A conexão ficou totalmente indisponível de 8h30 a 10h30 (horário de Brasília), afirmou a agência de notícias chinesa citando seus repórteres na Coreia do Norte. Eles informaram a situação via linhas de telefone fixo.
A queda da internet ocorre após o governo da Coreia do Norte chamar o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de "macaco".
O país também culpa Washington pelas interrupções da internet ocorridas nos últimos dias em meio ao confronto sobre o ataque de hackers ao estúdio de cinema Sony Pictures, que lançou o filme “A Entrevista”, uma ficção sobre o assassinato do líder Kim Jong-un.
"Conspiração e insulto"
A Comissão de Defesa Nacional, órgão regulamentador do Norte, presidido pelo líder Kim Jong Un, disse que Obama foi o responsável pela decisão tardia da Sony de liberar a comédia de ação "A Entrevista", que retrata uma conspiração para assassinar Kim.
"Obama é sempre imprudente em palavras e atos, como um macaco em uma floresta tropical", disse um porta-voz não identificado para a comissão em um comunicado divulgado pela agência oficial de notícias KCNA, usando um termo aparentemente projetado para causar ofensa racial que a Coreia do Norte usou antes.
A Sony cancelou o lançamento do filme quando grandes redes de cinema se recusaram a exibi-lo na sequência de ameaça de violência de hackers, mas colocaram-no em lançamento limitado depois que Obama disse que a Sony estava rendendo-se à pressão da Coreia do Norte.
Obama prometeu retaliação à Coreia do Norte, mas não especificou a forma como faria.
Os principais sites da Coreia do Norte tiveram falhas intermitentes esta semana, incluindo uma interrupção de cerca de nove horas, antes dos links serem totalmente restaurados na terça-feira.
Em comunicado neste sábado, o país rejeitou novamente uma acusação, do Escritório Federal de Investigação dos Estados Unidos, de que a Coreia do Norte estava por trás do ciberataque à Sony Pictures, e demandou que os EUA mostrassem evidências de sua acusação.
"Os Estados Unidos, com o seu grande tamanho e alheio à vergonha de brincar de esconde-esconde, como crianças com coriza, começaram a interromper as operações de internet dos principais meios de comunicação de nossa república", disse a Comissão Nacional de Defesa do Norte em comunicado.
Em um comentário separado, o país negou qualquer papel nos cibertaques na operadora da usina nuclear, chamando a sugestão de que havia feito de "campanha difamatória de líder impopulares sul-coreanos". (Com agências)
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