Irã já executou quase 700 em seis meses, diz relatório da Anistia
Autoridades iranianas executaram 694 pessoas entre 1º de janeiro e 15 de julho deste ano -- o equivalente a mais de 3 pessoas por dia --, informou relatório da Anistia Internacional divulgado nesta quinta-feira (23).
Segundo a ONG de direitos humanos, houve um aumento excepcional de execuções no país, que podem ultrapassar 1.000 se mantido o ritmo atual -- mais de que o total do ano passado (746).
"O saldo alarmante de execuções no Irã na primeira metade desde ano pinta um quadro sinistro de que a máquina do Estado está levando adiante uma matança em escala de massa premeditada e sancionada judicialmente", afirmou Said Boumedouha, vice-diretor do programa para Oriente Médio e Norte da África da ONG.
Ainda de acordo com o relatório, as execuções não foram interrompidas no país mesmo durante o Ramadã, o mês sagrado do islã, quando ao menos quatro pessoas foram executadas.
A Anistia lembra ainda que, no país persa, os julgamentos contêm sérias falhas, como o fato de muitas vezes ser negado acesso do preso a um advogado e de os processos para apelação, perdão e comutação de penas serem inadequados.
"O uso da pena de morte é sempre repugnante, mas levanta preocupações adicionais em um país como o Irã, onde os julgamentos são claramente injustos", afirmou Boumedouha.
A razão para o aumento das execuções não é sabida. A maioria dos executados em 2015 foi condenada em crimes relacionados ao uso, à posse e ao tráfico de drogas.
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