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Aluguel de emendas é escândalo contratado para explodir no Congresso

O aluguel de emendas feito por parlamentares no Congresso Nacional é o "escândalo" que vai estourar em breve no legislativo, afirmou o colunista do UOL Kennedy Alencar no Análise da Notícia da tarde desta terça-feira (7).

Tem um novo escândalo para estourar no Congresso Nacional. É muito forte uma articulação interna, negociações internas, de aluguel de emenda. Hoje, um parlamentar tem à disposição dele R$ 50 milhões de emendas por ano. Esse é o parlamentar mais fraquinho, eles dizem. Aquele com pouca articulação política, aquele que não consegue apadrinhar uma emenda da comissão, coletiva e tudo mais. R$ 50 milhões ele tem.Kennedy Alencar, colunista do UOL

Muitos parlamentares não sabem o que fazer com essas emendas. Não tem projeto, não conhecem prefeitos. Muitos parlamentares, adeptos deste tipo de aluguel, nas palavras dos parlamentares com quem conversei, são parlamentares que chegaram ao Congresso em uma onda de redes sociais. Parlamentares que explodiram na 'lacração' nas redes sociais.Kennedy Alencar, colunista do UOL

O que está acontecendo? Tem um grupo de parlamentares que, sem saber o que fazer com suas emendas, pergunta para outro parlamentar, que sabe o que fazer, e aí uma suspeita de que nem sempre esse destino é um destino bem-dado a um recurso público. Esse parlamentar conhece um prefeito, conhece um fornecedor, e vamos chegar na emenda Pix, que são as emendas mais utilizadas para esse tipo de emenda de aluguel.Kennedy Alencar, colunista do UOL

Para o colunista, é possível que o parlamentar use a verba de modo "errado", já que não há prestação de contas sobre esses valores.

É um dinheiro que não precisa de programação específica no orçamento federal. Ele é um repasse direto. Sai do cofre federal, vai para o estado, Distrito Federal ou município. Não tem prestação de conta nenhuma. Isso, obviamente, para quem quer usar de modo errado, dá margem para corrupção.Kennedy Alencar, colunista do UOL

O fato de não ter fiscalização, não ter informação e não ter transparência sobre o destino dessa emenda, a torna bastante suspeita.Kennedy Alencar, colunista do UOL

De 2021 a 2024, o valor de emendas passou de R$ 2 bilhões para R$ 8,2 bilhões.

Em 2021, elas [emendas] eram R$ 2 bilhões do total de emendas, em 2022 passou para R$ 3,3 bilhões, em 2023 para R$ 7,1 bilhão e, agora, em 2024, são R$ 8,2 bilhões. Já quadruplicou agora em 2024. É um dinheiro que aumentou em R$ 6,2 bilhões sem transparência nenhuma.

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O que está acontecendo? Já pegaram esse tipo de emenda patrocinando show sertanejo, tem parlamentares eleitos por um estado e destinam suas emendas para outros estados [...] Faz sentido um deputado federal mandar mais emendas para um estado que não é o seu estado? Pode ser que haja. Tem que ver as explicações desses parlamentares para esse tipo de coisa.

Esse "escândalo" vai estourar em breve no Congresso Nacional, avalia Kennedy.

Está muito grande a conversa no Congresso, porque está pegando mal. Vai estourar em breve e não vai ser bom. O Congresso Nacional aumentou demais seu poder sobre o orçamento.

***

O Análise da Notícia vai ao ar às terças e quartas, às 13h e às 14h30.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

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Veja abaixo o programa na íntegra:

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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