Topo

Ativistas organizam no Facebook comboio para retirar refugiados de Budapeste

Frank Augstein/AP
Imagem: Frank Augstein/AP

Do UOL, em São Paulo

04/09/2015 08h44

Uma iniciativa lançada no Facebook sob o lema "Comboio Budapeste Viena" pretende levar centenas de refugiados do Oriente Médio, parados na Hungria há dias, até a Áustria e a Alemanha.

Por enquanto cerca de 2.000 pessoas anunciaram sua participação no comboio, que pretende sair no próximo domingo rumo a Budapeste para transportar os refugiados até a Áustria, explica no Facebook Erzsébet Szabó, uma das organizadoras.

A iniciativa gera polêmica, já que na Áustria é proibido por lei transportar refugiados sem documentação em dia de um país para outro, o que pode ser penalizado com uma multa de até 5.000 euros.

Muito mais grave podem ser as consequências judiciais na Hungria, onde um transporte não remunerado para atravessar as fronteiras é considerado um crime, com penas de até três anos de prisão.

Szabó assegurou que os organizadores instalarão uma linha telefônica fixa para informar aos participantes sobre a situação de trânsito em todos os pontos fronteiriços entre Áustria e Hungria.

Além disso, será oferecido às participantes um serviço de informação jurídica acerca dos riscos do transporte.

Em teoria não existem controles fronteiriços entre os dois países, já que ambos pertencem à zona Schengen, de livre circulação. 

Centenas de migrantes saíram a pé já nesta sexta-feira (4) e  pretendem seguir até a  fronteira austríaca, que fica a uma distância de 175 km. 

Cerca de 500 refugiados, que se negaram a ir ao acampamento de acolhida da cidade húngara de Bicske, 40 quilômetros ao oeste de Budapeste, passaram a noite em um trem na estação dessa cidade".

O trem que saiu ontem da estação Keleti de Budapeste com destino à cidade de Sopron, perto da fronteira com a Áustria, foi retido pelos policiais que queriam levar os refugiados ao acampamento, mas a maioria decidiu não afastar-se do comboio, alegando que querem chegar ao país vizinho.

A polícia informou que os refugiados oferecem "resistência passiva" ao negar-se a descer do trem. (Com agências internacionais)