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Atirador de Orlando ameaçou colocar cinturão de explosivos em reféns, diz FBI

A cronologia do maior massacre a tiros da história dos EUA

UOL Notícias

Do UOL, em São Paulo

20/06/2016 12h45

O atirador Omar Mateen ligou para os serviços de emergência durante o massacre na boate Pulse, em Orlando, para dizer que planejava colocar quatro cinturões de explosivos em reféns e que queria que o Exército dos Estados Unidos parasse de bombardear a Síria e o Iraque, de acordo com transcrições divulgadas pelo FBI nesta segunda-feira (20).

Na madrugada do último dia 12, Omar invadiu a boate, frequentada pelo público LGBT, matando 49 pessoas e deixando 53 feridos.

Às 2h35 (horário local), ele fez a primeira ligação aos serviços de emergência, durando 50 segundos, se identificando como o atirador de Orlando e jurando fidelidade a nomes e grupos que o FBI reluta em divulgar, para evitar a propaganda extremista. Um deles, no entanto, é o Estado Islâmico, que chegou a reivindicar a autoria do ataque.

Dez minutos depois, uma equipe de negociadores começou a falar com Mateen por telefone, em três conversas que seguiram até as 3h24. Ali, o atirador disse que estava naquela cena por causa dos bombardeios norte-americanos na Síria e no Iraque. 

O atirador, então, ele ameaçou colocar cinturões de explosivos, fazendo referência aos atentados terroristas do Estado Islâmico em Paris, onde terroristas utilizavam esse equipamento em ataques suicidas.

Ele disse que havia um carro fora da boate com outros explosivos. "Vocês vão levar, e eu vou detonar [os explosivos] se eles [policiais] tentarem fazer qualquer coisa estúpida". Depois, disse que mais ataques dessa natureza "ocorreriam nos próximos dias".

O FBI divulgou transcrições apenas parciais de três telefonemas que Mateen, morto pela polícia, fez enquanto mantinha os reféns na boate. A polícia americana descarta divulgar o restante ou o áudio do conteúdo, justificando que isso pode servir de propaganda extremista e pode ser traumático para sobreviventes e para parentes das vítimas.

"O assassino fazia essas declarações de maneira fria, calma e deliberada", disse Ron Hopper, assistente especial do FBI, em coletiva de imprensa.

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AFP

Resgate de reféns durou três horas

A polícia de Orlando também deu detalhes sobre a operação de resgate dos reféns. Segundo o chefe de polícia de Orlando, John Mina, os agentes entraram na boate e trocaram tiros com o atirador, que se barricou em um dos banheiros com os reféns pouco depois das 2h. A partir daí, começaram as ligações entre Mateen e os serviços de emergência.

Às 4h21, sem conseguir fazer contato com o atirador por cerca de uma hora, a polícia conseguiu tirar um ar condicionado de um camarim e iniciar o resgate dos reféns. Depois de avaliar a ameaça do cinturão de explosivos, o chefe de polícia de Orlando ordenou a entrada da SWAT, que fez uma explosão controlada para abrir um buraco na lateral do banheiro.

Vários reféns foram resgatadas até que Mateen saiu, armado com uma pistola 9mm e um rifle AR-15. Ele tentou atirar nos policiais e foi morto às 5h15, dez minutos depois de a SWAT ter feito a explosão na lateral do banheiro.

Ainda de acordo com a polícia, Mateen não conseguiu fazer nenhum outro disparo desde o momento em que trocou os primeiros tiros com os agentes e entrou com os reféns no banheiro até sua morte, três horas depois.

As autoridades relutaram em dar mais detalhes da investigação, mas afirmaram que todas as mortes foram causadas exclusivamente por Mateen. O FBI falou novamente que não há nenhuma evidência de que o ataque tenha sido direcionado por grupos no exterior. (Com agências internacionais)