Turquia decreta estado de emergência de três meses após tentativa de golpe no país
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, declarou nesta quarta-feira (20) estado de emergência por três meses em todo o país após uma tentativa fracassada de golpe de Estado na semana passada. Segundo Erdogan, a medida foi tomada para conter as ameaças ainda existentes contra a democracia turca e não pretende coibir liberdades básicas dos cidadãos.
"O objetivo é adotar rapidamente e de forma eficaz todas as medidas necessárias para eliminar a ameaça contra a democracia, o Estado de direito e os direitos e liberdades das pessoas", disse Erdogan em pronunciamento televisionado. "Esta medida não age de forma alguma contra a democracia, a lei e as liberdades", acrescentou. "Pelo contrário, visa protegê-los e fortalecê-los."
O estado de emergência, que entrará em vigor após ser publicado no diário oficial da Turquia, vai permitir ao presidente e a seu gabinete passar por cima do Parlamento na aprovação de novas leis e para limitar ou suspender direitos e liberdades que considerarem necessários.
O presidente, que afirma ter escapado por pouco de ser morto ou preso por militares golpistas, sugeriu que os expurgos continuarão dentro das fileiras militares. "Como comandante em chefe, também farei o possível para garantir que o vírus dentro das Forças Armadas seja purificado".
No discurso, Erdogan disse ainda que a Europa não tem o direito de criticar a decisão turca de declarar o estado de emergência.
Mais cedo, em entrevista para a rede de TV Al Jazeera, o presidente disse acreditar que países estrangeiros podem estar envolvidos na tentativa fracassada de golpe de Estado da semana passada, embora ele tenha se recusado a citar quais seriam esses países.
Falando por meio de um intérprete à emissora Al Jazeera, Erdogan também minimizou sugestões de que ele estava se tornando autoritário e que a democracia turca estava sob ameaça. "Vamos seguir dentro de um sistema parlamentar democrático, nunca nos afastaremos disso", disse.
Escolas fechadas
O Ministério da Educação da Turquia decretou o fechamento de 626 instituições de ensino, dentro das medidas tomadas pelo governo do presidente para expurgar do setor público eventuais simpatizantes do fracassado golpe militar da última sexta-feira.
O fechamento afeta 524 colégios privados e 102 escolas de outro tipo. Segundo o governo, a justificativa para o encerramento das atividades é que seus responsáveis poderiam ter cometido "crimes contra a ordem constitucional", de acordo com a emissora "CNNTÜRK".
Ao mesmo tempo, a Turquia retirou as licenças de 21.638 pessoas que trabalhavam nessas instituições de ensino, uma medida já divulgada ontem, disse a "CNNTÜRK".
Também subiu de 15.200 para 21.738 o número de professores do Ministério da Educação que foram suspensos de seus empregos enquanto averiguam se eles têm eventuais vínculos com Fethullah Gülen, um clérigo muçulmano exilado nos Estados Unidos que o governo turco acusa de ser o cérebro da tentativa de golpe no país.
Dessa forma, já são mais de 55 mil trabalhadores, tanto públicos como privados, que ficaram sem emprego devido à tentativa de golpe.
(Com agências internacionais)
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