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Bibliotecas dos EUA se tornam cenário para mensagens de ódio contra muçulmanos

Livro que analisa o Alcorão aparece com inscrições ofensivas e suástica em biblioteca de Illinois - Evanston Public Library via The New York Times
Livro que analisa o Alcorão aparece com inscrições ofensivas e suástica em biblioteca de Illinois Imagem: Evanston Public Library via The New York Times

Do UOL, em São Paulo

09/12/2016 16h46

A onda de crimes de ódio e de xenofobia que atingiu os Estados Unidos tem agora um novo cenário: as bibliotecas, onde livros sagrados do islamismo foram vandalizados e mensagens racistas têm sido propagadas.

O caso ocorreu em Evanston, Illinois, segundo reportagem do "New York Times", quando uma funcionária preparava um material com foco em analisar o Alcorão.

Foi então que ela viu, no livro "O Alcorão para Leigos", a inscrição 'mentira do começo ao fim' ao lado de uma suástica e um xingamento sobre Maomé. Outros seis livros sobre o islamismo tinham sido vandalizados de maneira semelhante.

A biblioteca fez um boletim de ocorrência, mas ninguém foi detido. Segundo responsáveis pelo local, alguns desses livros foram emprestados há alguns meses, o que indica que o vandalismo é recente, já que os funcionários checam as publicações quando elas são retornadas. Nem todo o prédio é coberto por câmeras de vigilância.

Além do caso em Evanston, a Associação de Bibliotecas Americanas contabilizou outros três episódios de racismo, um deles no Canadá.

Na biblioteca da Universidade do Novo México, uma estudante foi atacada por um homem que tentou tirar seu hijab - ela conseguiu escapar sem se machucar; na Reed College, em Portland, mensagens de ódio e suásticas foram encontradas na biblioteca; em Toronto, uma pichação antissemita apareceu na vitrine de uma biblioteca.

"Estou chocado que temos sete ou oito exemplos desse tipo, porque nunca vimos esses crimes ocorrerem em bibliotecas. Estamos em situação cada vez mais difícil, porque as comunidades estão mais divididas do que nunca", afirmou Julie Todaro, presidente da associação, que agora começa a investigar as ocorrências para verificar se são tendência ou casos isolados. (Com "The New York Times")

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AFP