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Jovem foi morta quando tentava ajudar vítimas de ataque em Londres

A enfermeira australiana Kirsty Boden - Metropolitan Police via Reuters
A enfermeira australiana Kirsty Boden Imagem: Metropolitan Police via Reuters

Do UOL, em São Paulo

06/06/2017 14h03

Kirsty Boden, uma enfermeira australiana funcionária de um hospital londrino, foi morta quando tentava ajudar as pessoas atropeladas pela van na London Bridge, segundo sua família. Ela é uma das sete pessoas que morreram no ataque ocorrido no sábado (3)."

"Assim que correu para o perigo, em um esforço para ajudar pessoas na ponte, Kirsty infelizmente perdeu sua vida. Estamos orgulhosos do ato de bravura que demonstra quão altruísta, cuidadosa e heroica ela era, não apenas naquela noite, mas ao longo de toda sua vida", escreveram a família em um comunicado.

"Extrovertida, gentil e generosa", ela adorava o seu trabalho, disseram seus parentes. "Estamos orgulhosos da reação corajosa de Kirsty". Seu empregador, o Guy's Hospital, elogiou "uma enfermeira extraordinária".

Boden tinha 28 anos e trabalhava em Londres desde 2013

No sábado, a polícia recebeu alertas de que um veículo havia atropelado transeuntes na (ponte) London Bridge às 22h08 do horário local (18h08 horário de Brasília).

Os avisos de emergência se multiplicaram e pouco depois a polícia confirmou que estava respondendo às informações de que pessoas tinham sido agredidas a faca no Borough Market, o conhecido centro que fica próximo à ponte.

A polícia reagiu rapidamente, e os agentes enfrentaram os suspeitos, que foram mortos.

A morte dos suspeitos aconteceu oito minutos depois de a polícia receber o aviso do ataque, informou a instituição, acrescentando que os suspeitos carregavam algo parecido a um cinto de explosivos, que depois se revelaram falsos.

Nesta terça-feira (6), o terceiro militante islâmico que realizou um ataque em Londres no sábado (3) foi identificado como Youssef Zaghba, um marroquino-italiano. Ele não era alvo de investigação por parte da inteligência britânica.

Youssef Zaghba - Metropolitan Police via AP - Metropolitan Police via AP
Foto sem data definida de Youssef Zaghba, o terceiro terrorista envolvido no ataque em Londres identificado pela polícia britânica
Imagem: Metropolitan Police via AP

A mãe de Zaghba mora na cidade de Bologna, no norte da Itália, segundo uma reportagem do site do jornal italiano "Corriere della Sera".

O jornal informou que Zaghba havia sido parado no aeroporto de Bologna em 2016 quando tentava voar para a Síria e que autoridades italianas teriam avisado o Reino Unido sobre seus movimentos.

O jovem carregava uma pequena mala, a passagem aérea e apenas a passagem de ida, o que foi considerada uma circunstância suspeita pelas autoridades italianas na ocasião. Questionado pelos agentes, ele demonstrou irritação, não soube explicar o motivo da viagem para a Turquia e acabou sendo preso.

O caso, então, foi enviado para o procurador-adjunto Valter Giovannini, encarregado do grupo de investigação antiterrorismo em Bolonha. A mãe de Youssef Zaghba foi chamada pela Procuradoria e contou que o filho dissera que viajaria a Roma. As autoridades italianas, então, decidiram apreender o passaporte, o celular e o computador do suspeito. Mas, em uma operação de busca na residência do jovem, não foram encontrados elementos que o incriminavam, apenas alguns documentos de caráter religioso copiado de sites fundamentalistas.

Solto pela polícia, Youssef Zaghba, porém, permaneceu sob monitoramento das autoridades italianas, que constataram que ele não vivia mais no país e passava pela Itália por breves períodos para visitas. O jovem permanecia mais tempo no Marrocos e na Inglaterra.

De acordo com as autoridades italianas, foi enviada uma notificação aos agentes britânicos para alertar da presença do suspeito. O pai de Youssef Zaghba é marroquino e sua mãe, italiana. Youssef Zaghba nasceu na cidade de Fez, no Marrocos, em 1995.

Ontem, a Scotland Yard, a polícia metropolitana britânica, identificou os outros dois uspeitos de serem os autores dos ataques em Londres no último sábado (3). Eles são Khuram Shazad Butt er Rachid Redouane, ambos de Barking, um bairro multiétnico no leste de Londres.

Foto sem data de Khuram Shazad Butt (esq.) e Rachid Redouane - Metropolitan Police via AP - Metropolitan Police via AP
Foto sem data de Khuram Shazad Butt (esq.) e Rachid Redouane
Imagem: Metropolitan Police via AP

Butt apareceu no documentário "The Jihadis Next Door", exibido no ano passado na emissora britânica Channel 4, segundo o jornal britânico "The Guardian".

Ele teria sido um apoiador do grupo islâmico al-Muhajiroun, que no mês passado incentivou moradores no leste de Londres a não participarem das eleições gerais, que acontecem nesta quinta-feira (8).

O jovem de 27 anos de idade foi descrito pelos vizinhos como filho de pais paquistaneses, da cidade de Jhelum. Acredita-se que Butt era torcedor do Arsenal. Ele vestia o uniforme do clube durante o ataque. Ainda não está claro se ele nasceu no Reino Unido ou em outro país.

Segundo a Scotland Yard, Butt era conhecido da polícia e pela MI5 (o serviço de inteligência britânica), no entanto, a inteligência não encontrou qualquer indício de que um ataque estava sendo planejado. Rachid Redouane não era conhecido dos serviços britânicos.

Rachid Redouane, 30 anos, seria marroquino ou líbio. Segundo a polícia, ele também usava o nome de Rachid Elkhdar com um a data de nascimento diferente.