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Sugestão da polícia às mulheres para evitar estupros gera revolta na Alemanha

Colaboração para o UOL

05/09/2017 14h41

O departamento de polícia de Leipzig, na Alemanha, sofreu críticas até da prefeitura da cidade em virtude de uma declaração em que sugeriu, após um caso de estupro, que as mulheres procurassem sempre andar acompanhadas.

Segundo informações publicadas por jornais locais e reproduzidas pela rede americana Fox News, uma mulher de 50 anos fazia uma corrida na manhã da última sexta-feira no Rosental, um dos parques mais populares de Leipzig, quando foi atacada por um homem.

À polícia, a vítima relatou ter sido derrubada no chão, arrastada para um campo e então estuprada. Ela ainda levou socos e chutes durante o abuso e teve que passar por uma cirurgia no rosto por causa destas lesões.

Em resposta ao crime, um porta-voz polícia de Leipzig afirmou que "seria melhor se as mulheres trotassem em pares, ou que pelo menos se certificassem de que sempre pode haver alguém por perto”.

E acrescentou: "Quando elas passam por alguém, as corredoras sempre devem olhar para trás para se certificar de que não estão prestes a serem atacadas".

As sugestões do departamento de polícia provocaram críticas imediatas, com muitos moradores questionando se o departamento de polícia estava encorajando as mulheres a reduzirem suas liberdades pessoais ao invés de garantir que elas fossem protegidas.

Diante da repercussão negativa do pronunciamento, o prefeito de Leipzig, Burkhard Jung, disse ao jornal alemão Bild na segunda-feira que a resposta do estado a "este terrível incidente e a anteriores incidentes deve ser colocar mais policiais nas ruas e nos parques".

"Todos queremos viver em uma cidade em que é evidente que as mulheres podem correr sozinhas no parque, uma cidade na qual todos estão seguros", afirmou. "Nós claramente precisamos de uma força policial mais visível para isso".

A polícia disse que o suspeito do estupro ainda está foragido. Segundo as autoridades, ele tem entre 25 e 35 anos, cabelos escuros, barba curta e “aparência do sul” e usava calça cinza e camisa xadrez azul e verde no momento do crime.

Os policiais também estão investigando se o suspeito tem relação com outros dois abusos sexuais ocorridos na mesma área neste ano.