Restringir velocidade é o caminho certo para evitar acidentes

Em oito semanas de implementação da redução de velocidade nas marginais dos rios Tietê e Pinheiros, evitamos 80 acidentes que resultariam em pessoas mortas e feridas. Também impedimos que houvesse outras 109 ocorrências sem vítimas.

São quedas de 36% e 21%, respectivamente, comparando as semanas de 20 de julho a 13 de setembro de 2015 com o mesmo período do ano passado. Somente em 2014, tivemos 1.180 acidentes com vítimas nessas duas vias. Chegamos ao triste patamar de 1.399 feridos e 73 mortos. Não podíamos ficar indiferentes a essa situação.

Por isso que, onde antes os veículos podiam desenvolver 90 km/h, nas pistas expressas da Tietê e Pinheiros, hoje são 70 km/h. Ao invés dos 70 km/h nas faixas centrais, se passou a 60 km/h. Nas locais, o limite caiu de 60 km/h para 50 km/h.

A diminuição das velocidades integra o Programa de Proteção à Vida, o PPV, que vem sendo implementado na cidade desde o início de 2013. Nossas ações, além de serem de bom senso, vão ao encontro das definições do Plano Nacional de Mobilidade, que aponta a prioridade no trânsito ao pedestre. Na sequência vêm o ciclista, o transporte público, o transporte de carga e os demais veículos.

Nossas iniciativas também levam em conta experiências internacionais. Estudo da U.K. Department of Transport (do Reino Unido) aponta que, no trânsito, um impacto a uma velocidade de 64 km/h tem 85% de chances de provocar mortes, e 15% de chance de causar ferimentos. Já a 48 km/h, a possibilidade de haver mortos cai a 45%; de feridos chega a 50% e de não ser registrada lesão fica em 5%. Caso o choque ocorra a uma velocidade de 32 km/h, a probabilidade de registros fatais é de 5%, de feridos é de 65% e de ilesos, 30%.

Outro dado importante é que a uma velocidade de 40 km/h uma pessoa atropelada tem 20% de chances de morrer, enquanto que a 60 km/h esse percentual é de 60%.

Absolutamente cientes de que estamos no caminho certo, lembro que o procedimento de restrição na velocidade vem sendo adotado há anos em outros países. Áustria, Alemanha, Espanha e Itália têm os 50 km/h como velocidade máxima em seus perímetros urbanos.

A intervenção nas marginais vem, também, resultando na queda dos índices de lentidão de veículos. Neste ano, são 8% a menos de congestionamentos em relação a 2014. Em todo o município, houve queda de 6% nos congestionamentos. Aliado à segurança no trânsito, isso significa melhoria na qualidade de vida.

Além da redução de velocidade

Outra medida que estamos tomando é o início da implementação de 60 lombofaixas nas alças das pontes sobre o Tietê e Pinheiros. São travessias para pedestres instaladas no nível das calçadas, dando segurança para a locomoção ao reduzir a velocidade dos veículos.

Continuamos a monitorar essas duas importantes vias. Inclusive, há uma ação integrada com as secretarias de Coordenação das Subprefeituras e de Segurança Urbana para que não haja a circulação de pedestres nas marginais no sentido de evitar atropelamentos.

Em nosso trabalho, estamos estendendo uma série de ações para toda a cidade. Dessa iniciativa faz parte a criação de perímetros de segurança denominados “Área 40”. Tratam-se de circuitos de trânsito local em que a velocidade está limitada a 40 km/h, como diz seu o nome. 

Essa medida tem produzido resultados notáveis. No Centro, o número de mortes caiu 71%; no bairro da Lapa, o total de vítimas foi reduzido em 11%; já em Santana não foi registrado nenhum atropelamento fatal.

Não se trata apenas de diminuição de velocidade. A Secretaria Municipal de Transportes, por orientação do prefeito Fernando Haddad, vem desenvolvendo uma das mais abrangentes e importantes ações dos últimos anos: garantir a segurança a todos no direito de ir e vir, especialmente ao pedestre.

Por meio do programa “CET no Seu Bairro”, que foi incorporado ao ‘Prefeitura no Bairro’, já instalamos ou reformamos 5.055 travessias de pedestres e revitalizamos 1.110 cruzamentos com semáforos. Foram colocadas 12.802 placas de trânsito e aplicados 138 mil metros quadrados de sinalização horizontal.

Também criamos 326 espaços do Frente Segura. Trata-se de uma área específica para motos e bicicletas, situada à frente dos demais veículos, para que possam se deslocar com segurança nas aberturas de semáforo.

Em quase três anos, já atendemos 290 mil pessoas em uma série de atividades educativas de trânsito, como cursos presenciais para profissionais de educação e estudantes.

Todos esses aspectos serão amplamente tratados durante a Semana da Mobilidade, que será aberta hoje e irá até 25 de setembro. Com o tema “Seja Você a Mudança na Cidade”, temos várias atividades em uma ação entre secretarias, com a participação de organizações da sociedade civil.