CPI remarcará depoimento de deputado amigo de Cachoeira para outubro; suposto "laranja" é dispensado
O presidente da CPI do Cachoeira, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse que o deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) deve depor à comissão a partir de outubro, em data ainda a ser marcada. Vital do Rêgo abriu a sessão desta terça-feira (4) lendo o documento que o parlamentar enviou à comissão justificando sua ausência -- ele deveria depor hoje.
Em ofício encaminhado nesta segunda-feira (3) à CPI, Leréia argumentou que está impossibilitado de comparecer “em razão de importantes e inadiáveis compromissos pessoais anteriormente assumidos”. O deputado pediu ainda que a comissão remarque a ida dele à CPI após o dia 18 de setembro.
Ontem, Lereia chegou a declarar que estava "tranquilo" com seu depoimento na comissão, mas depois adiou. "Vou falar de com acordo com o que eles perguntarem, vocês vão ver lá [na sessão]", declarou na segunda-feira.
Por isso, a pedido de parlamentares do PSDB, Vital do Rêgo informou que remarcará o depoimento de Leréia para o início de outubro.
O outro depoente esperado para hoje, André Teixeira suposto "laranja" de Cachoeira, foi dispensando de depor na comissão após 10 minutos do início da sessão. André Teixeira Jorge conseguiu no STF (Supremo Tribunal Federal) uma liminar que permite que ele fique em silêncio. Diante da liminar, ele foi dispensado. Teixeira era motorista de Cláudio Abreu, o ex-gerente da construtora Delta no Centro-Oeste.
Acusações
Segundo a Polícia Federal, Jorge seria sido usado como “laranja” pelo grupo de Cachoeira. E trabalhuo também em outra empresa ligada ao bicheiro, a indústria farmacêutica, Vitapan, de Goiás.
Já Leréia é suspeito de ter recebido dinheiro do contraventor e ser sócio dele em um terreno. O parlamentar nega as suspeitas e admite apenas ser “amigo pessoal” de Carlos Augusto Ramos, preso desde fevereiro, quando deflagrada a Operação Monte Carlo.
Contra Leréia já pesa uma decisão da comissão de sindicância da Câmara dos Deputados, que levou o caso dele à Comissão de Ética da Casa, com base em uma denúncia do PSOL, na qual apontam-se indícios de que o deputado usaria o seu mandato em favor do bicheiro.
Caberá agora ao Conselho de Ética da Câmara decidir se arquiva ou dá prosseguimento ao processo contra Lereia por quebra de decoro parlamentar, em esquema semelhante ao que aconteceu no Senado, com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM, sem partido-GO), cassado por seus pares em julho deste ano.
Reunião
O presidente da comissão também convidou os integrantes da CPI para participar de uma reunião às 16h de hoje para definir a pauta das próximas reuniões e elencar prioridades para uma possível reunião administrativa, que poderia ser feita amanhã (5).
Nas reuniões administrativas, os parlamentares podem votar novos pedidos de quebras de sigilos e convites para que novas testemunhas possam depor no Congresso.
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