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Marina admite "possibilidade" de se candidatar à Presidência da República em 2014

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

16/02/2013 16h00Atualizada em 16/02/2013 23h04

A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva afirmou em entrevista coletiva, neste sábado (16), que há possibilidade de entrar novamente na corrida eleitoral pela Presidência da República no pleito de 2014.

“É uma discussão. É uma possibilidade, mas, por enquanto, é apenas uma possibilidade”, disse.

Marina, no entanto, não descartou que possa haver outros nomes da sua nova legenda, a Rede Sustentabilidade, para concorrer ao posto. “Somos uma rede. É possível que possam aparecer outras possibilidades. Estamos abertos para encontrar em nós mesmos [um nome]”, completou.

Questionada sobre qual a orientação o partido seguiria, se mais à esquerda ou à direita, Marina disse que nenhum dos dois: “Nem esquerda nem direita, nós estamos à frente. No sentido de que estamos vivendo uma emergência ambiental, uma grave crise que precisa de resposta e não se encontram mais na versão dual: esquerda e direita, quente ou frio, grande ou pequeno”, afirmou.

Marina voltou a dizer que a nova legenda não será “nem de oposição nem de situação, mas de posição”.

Ao ser indagada sobre a dificuldade de reunir as mais de 500 mil assinaturas para formalizar o novo partido, Marina disse estar confiante de que o uso da internet (da rede, como chamou, ao fazer analogia com o nome da legenda) ajudará a chegar à meta.

A ex-senadora cita como exemplo a forte mobilização nas redes sociais que conseguiu reunir no evento de hoje, em Brasília, mais de 1.000 pessoas que, segundo os organizadores, financiaram suas próprias passagens áreas para participarem do encontro, que custou cerca de R$ 150 mil.

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Alianças

Sobre as alianças, Marina Silva se restringiu a dizer que faria com aqueles partidos que tenham “identidade programática” com a Rede – nome que o partido deverá ser mais conhecido.

“Fizemos isso em 2010 e em 2012. Eu apoio candidatos do PT, PPS, PMDB, PV e PSOL e todos estes apoios foram apoios programáticos, nós vamos fazer alianças que tiveram convergência programática”, ressalvou.

Já que Marina não quis citar nomes de pessoas que não gostaria de incluir na nova legenda, o membro da Executiva do PSOL e um dos integrantes da Rede, Martiniano Cavalcante, fez questão de pedir o microfone e citá-los, durante a entrevista coletiva: os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Jader Barbalho (PMDB-PA)  e o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP).

Novidades no estatuto e programa

Apesar de ainda não haver uma decisão fechada sobre os limites de doação, os integrantes da futura legenda estabeleceram que recursos de fabricantes de bebidas alcóolicas, tabaco, armas e agrotóxicos não serão aceitos nas campanhas da legenda.  

Para garantir recursos ao novo partido, os membros da Rede se mobilizam para ter mais doadores que paguem menos. Aos cerca de 250 fundadores caberá a contribuição mensal que poderá variar conforme a situação financeira deles.

Com mais de 100 artigos, alguns pontos do estatuto foram apresentados no encontro, tais como a fixação de um teto máximo de doações para cada candidatura, variando conforme o posto (valores diferentes para deputados, senadores e presidente); as doações deverão ser registradas em tempo real; haverá uma consulta pública a todos os filiados dentro de 10 anos para avaliar se a legenda deve continuar a existir; a criação de conselhos políticos estaduais para discutir as demandas da sociedade (com a participação de não filiados) e a oferta de até 30% do total de vagas para candidaturas independentes que serão oferecidas à sociedade para cidadãos não filiados e que não pretendam exercer vínculos partidários.