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STF oficializa absolvição de 12 réus do mensalão

O publicitário Duda Mendonça, que está entre os absolvidos oficialmente pelo mensalão - Inacio Texeira/Reuters
O publicitário Duda Mendonça, que está entre os absolvidos oficialmente pelo mensalão Imagem: Inacio Texeira/Reuters

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

03/05/2013 18h07

O STF (Supremo Tribunal Federal) acaba de oficializar, nesta sexta-feira (3), a decisão de absolver 12 réus no processo do mensalão.

Com isso, Anderson Adauto Pereira (ex-ministro dos Transportes) e José Luiz Alves, seu ex-chefe de gabinete, Luiz Gushiken (ex-ministro da Comunicação),  Geiza Dias dos Santos (gerente financeira da SMP&B), Anita Leocádia Pereira da Costa (ex-assessora parlamentar), Antônio de Pádua de Souza Lamas (ex-assessor do PL), Ayanna Tenório Tôrres de Jesus (ex-executiva do Banco Rural), o publicitário Duda Mendonça e sua sócia Zilmar Fernandes Silveira e os ex-deputados João Magno de Moura (PT-MG), Paulo Roberto Galvão da Rocha (PT-PA) e o professor Luizinho (PT-SP) são considerados inocentes pela Suprema Corte, depois de terem sido acusados de participar do esquema de pagamento de propina em troca de apoio no Congresso Nacional para o PT, durante o mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2007).

Como o autor da ação, o MP (Ministério Público Federal), não entrou com recurso até ontem, quando terminava o prazo para os embargos, o caso deles "está transitado em julgado".

Os bens do publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha de Lula em 2002, precisam da autorização do ministro-relator Joaquim Barbosa para serem liberados pelo Supremo. O advogado de Mendonça, Antonio Carlos de Almeida Castro (o Kakay), entrou na noite desta sexta-feira com uma petição no STF.

 

A expectativa do defensor é que o ministro-relator do caso, Joaquim Barbosa, analise o caso já na próxima semana. Esse tipo de pedido não precisa ser colocado em votação em plenário. Barbosa pode decidir o assunto sozinho.

“Isso já deveria ser consequência lógica do julgamento, mas deve estar em uma ordem que determina aos bancos, aos cartórios. Agora é um pedido simples de providência e a decisão deve ser rápida”, afirmou o advogado. 

Os outros 25 réus do caso, condenados pelo STF,  já entraram com embargo e aguardam a volta do Joaquim Barbosa da Costa Rica para analisar, a partir da próxima semana, cada um dos recursos.

O atual presidente do Supremo já disse durante a viagem que os pedidos não devem alterar as penas. Ele participa de um seminário da Unesco sobre liberdade de imprensa. Mais cedo, afirmou que não tem previsão de quando começará a colocar os embargos na pauta do plenário, mas nas duas próximas semanas deverá sinalizar o que irá fazer.

Os embargos de declaração servem para questionar omissões, contradições ou falta de clareza nos votos dos ministros durante o processo. Eles serão analisados por todos os magistrados no plenário, mas não têm caráter de modificar o resultado do julgamento. 
 
Apenas os embargos infringentes teriam o poder de alter o resultado do julgamento. Só cabem ser apresentados, segundo regimento do Supremo, quando os réus condenados tiveram ao menos quatro votos favoráveis.

Os ministros ainda precisam decidir em plenário se aceitarão os infringentes ou não. Isso porque eles estão previstos no regimento do Supremo, mas não na lei.