Barroso evita casamento gay e mensalão 'até posicionamento do Senado'
Luís Roberto Barroso, indicado pela presidente Dilma Rousseff para vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), chegou na manhã desta sexta-feira (24) ao Congresso Jurídico, em Salvador, e disse que evitará temas como mensalão e casamento gay, até posicionamento do Senado sobre sua indicação.
"Eu fiquei honrado. Muito feliz com a indicacão para poder servir ao país. Fiz toda minha vida em escola pública", disse Barroso, no primeiro dia após ter sido indicado pela presidente. Ele participa na capital baiana do 13º Congresso Brasileiro de Direito do Estado, no Bahia Othon Palace Hotel.
"Eu fiquei muito surpreso. Agora vamos aguardar a posicão do Senado." Barroso disse que desde que tentou ser ministro do STF "viveu a vida como deveria". Apesar da indicação, ele disse que não considera "própria" a posse até a sabatina do Senado.
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Durante sua fala no congresso, Barroso disse que a Constituição de 1988 superou "um ciclo de atrasos". "Até 1988 era uma tradição de quebra de legalidade, de golpes. Nos últimos 25 anos, superamos os ciclos de atraso. A Constituição brasileira de 1988 só não traz a pessoa amada em três dias. É uma constituição abrangente."
Ao ser anunciado, Barroso disse que não se sente ministro. "As ultimas 24h foram um pouco tumultuadas, confesso. Mas quando me perguntaram se eu iria ao Congresso [Jurídico] na Bahia, eu disse que sim. A gente na vida tem sempre de cumprir a palavra que dá."
"Eu adoro estar aqui [no Congresso Jurídico]. Essa é a vida que escolhi para mim." Ele citou ainda, para uma plateia de 780 pessoas, a música "Dona do Dom", interpretada por Maria Bethania, para exemplificar o "dom de professor".
Versos, piadas e música
Barroso destacou no final da apresentação, ao citar novas uniões familiares, que a única regra da qual não se deve abrir mão é a da tolerância. Com bom humor, ele ainda disse que é supersticioso, declamou versos, contou duas piadas para os participantes e citou trechos de músicas.
Barroso disse também, mas sem dar muito detalhes, que é a favor de uma reforma política. "As decisões políticas deverão ser tomadas por quem tem voto. O Judiciário deve ser deferente, a não ser que essas decisões violem a garantia de direitos fundamentais."
A postura, segundo o professor, é de "deferência ao Senado. "Tenho muitas posições já escritas na minha condição de professor e sou coerente com elas, mas antes da deliberação do Senado, em atenção à separação dos poderes, não vou emitir opinião."
Já sobre a conversa que teve com a presidente Dilma Rouseff, Barroso classificou o diálogo como "totalmente republicano e muito agradável. É apenas uma indicação. Ainda dependo de aprovação do Senado Federal".
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