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Vestida de Dilma, enfermeira protesta em frente ao Palácio do Planalto

Enfermeira vestida como a presidente Dilma Rousseff protesta contra más condições do Hospital das Forças Armadas de Brasília - Camila Campanerut/UOL
Enfermeira vestida como a presidente Dilma Rousseff protesta contra más condições do Hospital das Forças Armadas de Brasília Imagem: Camila Campanerut/UOL

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

27/08/2013 10h32Atualizada em 27/08/2013 14h13

A enfermeira Luzimary de Menezes vestiu-se como a presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira (27) pela manhã e protestou em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, por melhores condições de trabalho no HFA (Hospital das Forças Armadas) de Brasília. A enfermeira usava uma faixa presidencial e um corte de cabelo parecido com o a da presidente.

"Eu vim aqui para mobilizar, pedir que alguém nos atenda, porque o hospital está vazio", disse Luzimary. "Não tem como colocar o SUS [Sistema Único de Saúde] no hospital porque não tem salário que sustente os profissionais aqui. Eles estão indo embora."

Além de Luzimary, um grupo de algumas dezenas de médicos também protestava em frente ao Planalto, na praça dos Três Poderes, com bandeiras e vuvuzelas.

Segundo a enfermeira, os profissionais do HFA estão há 30 dias em greve, com apenas 30% do efetivo trabalhando. O folheto distribuído por Luzimary afirma que o HFA tem 215 leitos desocupados ou desativados e critica a preferência da presidente Dilma pelo Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

O protesto reivindica, entre outras coisas, a reestruturação da carreira, carga horária de 30 horas semanais e abertura de concurso público para preenchimento de vagas remanescentes.

Semelhança com Dilma

Luzimary negou que já tirado alguma vantagem do fato de ser parecida com a presidente. "Não estou aproveitando nada. Só vim de Dilma para protestar. É uma maneira de colocar o assunto mais próximo das pessoas", afirmou ao UOL

Questionada sobre como avaliava o programa Mais Médicos do governo federal, a enfermeira elogiou e concordou com a necessidade de mais profissionais da saúde para atender a população.

"Eu acho ótimo. Pode vir cubano, venezuelano, a gente precisa de mais médicos mesmo, mas tem que ter o Revalida [exame que equipara os diplomas] para os estrangeiros. O povo precisa de médicos", afirmou.

Do Palácio do Planalto, o grupo segue para o Ministério do Planejamento. De lá, eles voltarão para o HFA (Hospital das Forças Armadas). 

Segundo a enfermeira, eles terão um audiência amanhã (28) no Ministério da Defesa. Eles tentam ainda hoje algum contato com o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência da República), que costuma ser o interlocutor do Planalto em negociações com manifestantes.

Procurado pela reportagem, o ministério da Defesa afirmou que o Ministério do Planejamento e a Casa Civil negociam com os profissionais do HFA desde 27 de julho, quando teve início a greve.

Apesar de o hospital estar no âmbito do comando ministério da Defesa, a pasta disse ao UOL, por meio de sua assessoria, que discussões referentes à melhoria nos salários deverão ser feitas diretamente com o Planejamento.

Segundo a Secretaria Geral da Presidência da República, já houve três reuniões entre representantes do hospital com a Casa Civil e uma com assessores da própria secretaria. No entanto, o ministro Gilberto Carvalho ainda não os atendeu pessoalmente.