Topo

PSDB pede que MP investigue suposto elo entre Padilha e doleiro preso

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

09/05/2014 17h29Atualizada em 10/05/2014 15h17

O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), protocolou uma representação na Procuradoria da República do Distrito Federal pedindo que o Ministério Público investigue denúncias de envolvimento do ex-ministro da Saúde e pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, com o doleiro Alberto Youssef, preso em março pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.

A PF interceptou mensagens de celular entre o deputado licenciado André Vargas (sem partido-PR) e o doleiro que, segundo a investigação, indicam que Padilha teria indicado, na época em que comandava a pasta da Saúde, um executivo para o Labogen, laboratório de Youssef que teria sido usado em esquema de lavagem de dinheiro.

De acordo com as investigações da PF, o executivo indicado pelo ex-ministro seria Marcus Cezar Ferreira de Moura, que atuou como coordenador de promoção de eventos da assessoria de comunicação do Ministério da Saúde na gestão de Padilha. A indicação teria coincidido com a época em que o laboratório estava pleiteando a realização da parceria com o ministério, que poderia chegar a R$ 31 milhões em cinco anos. 

O doleiro é suspeito de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de R$ 10 bilhões.

Para o líder tucano, as suspeitas contra Padilha são “graves” e, se comprovadas, podem caracterizar ato de improbidade administrativa.

“O próprio ato de um Ministro de Estado indicar um ex-assessor para ocupar um posto de administração em uma empresa privada já gera suspeitas de violação aos princípios da Administração Pública. Quando essa indicação ocorre justamente em meio ao processo de formalização de um contrato entre o ministério e a empresa, essas suspeitas assumem gravidade extrema”, defende Imbassahy, na representação.

"É um absurdo o PSDB querer insistir em uma mentira que a própria imprensa já esclareceu", disse Padilha por meio de sua assessoria.

Padilha já havia negado envolvimento com Youssef. "Mente quem diz que eu indiquei Marcos Cezar Moura para qualquer laboratório privado. Mente quem diz que existe ou existira qualquer contrato com a Labogen na minha gestão", disse o ex-ministro.

Deputados do PSDB, do DEM e do PPS apresentam requerimentos para convidar Padilha para explicar em comissões da Câmara no final de abril.