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"Diabo se envergonharia" de campanha eleitoral do PT, diz Aécio

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

05/11/2014 12h28Atualizada em 05/11/2014 15h05

Atuando como "mestre de cerimônias", o senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidato derrotado ao Palácio do Planalto, disse em reunião da Executiva Nacional do PSDB e aliados nesta quarta-feira (5) que "o diabo se envergonharia" do que o PT fez nas eleições presidenciais deste ano. O tucano também propôs um "pacto" com os demais partidos de oposição.

"As eleições deste ano tiveram marcas muito claras, distintas, uma delas protagonizada por nossos adversários. A campanha da infâmia, da mentira, da utilização sem limites da máquina pública como objeto de poder. Pelo menos cumpriram a palavra, disseram que iam fazer o diabo nas eleições, o diabo se envergonharia de muitas coisas que foram feitas durante essas eleições", afirmou o senador.

Aécio citou a palavra "diabo" em referência ao que a presidente Dilma Rousseff (PT) disse, em março do ano passado, sobre fazer "o diabo na eleição".

O senador abriu a reunião da Executiva Nacional do PSDB propondo um pacto à oposição ao governo petista.

"Nós estamos a partir de hoje selando aqui um pacto de uma oposição revigorada e vitoriosa, porque disputamos essas eleições falando a verdade”, declarou o tucano. "Tão importante quanto governar é fazer oposição".

O tucano fez duras críticas ao governo e prometeu fazer oposição com a "mesma determinação" que se preparou para ser presidente do país. "Com a mesma determinação que me preparei para encarar a candidatura, eu me preparei para fazer oposição. A oposição brasileira hoje não precisa de um líder, ela tem na alma de milhões de brasileiros a indignação", declarou Aécio. Para ele, o brasileiro tem a esperança de que tudo melhore e que é papel da oposição exigir isto do governo.

A reunião contou com líderes do DEM, Solidariedade, PSC, PPS e PP, além de parlamentares e membros do PSDB. Participam do encontro Rubens Bueno (PPS-PR), Roberto Freire (PPS), Pastor Everaldo (PSC), Mendonça Filho (DEM-PE) e Paulinho da Força (SD). O senador eleito por São Paulo, José Serra (PSDB-SP), e o governador reeleito Geraldo Alckmin não compareceram.

Aécio retornou ao Congresso Nacional ontem (4) e foi recebido por militantes com festa, aplausos e até Hino Nacional.

Após a eleição, o parlamentar tem sido considerado o principal líder da oposição, que na semana passada forçou a primeira derrota no Congresso da presidente Dilma após a reeleição, com a derrubada de um decreto presidencial sobre conselhos populares.

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), fez um discurso criticando a presidente Dilma Rousseff  (PT) e o governo petista. “Eu fico bravo quando eles [petistas] falam que são contra financiamento público porque a Petrobras financia as eleições há muito tempo”, disse Virgílio. “Eu tenho convicção que o tempo vai passar rápido, nós temos uma presidente fraca.” Para ele a oposição “fez muito bem de derrubar o decreto dos conselhos bolivarianos”. O prefeito também exaltou Aécio.   “Um senador com 51 milhões de votos é a primeira vez”.

“É consenso que Aécio saiu muito forte dessa eleição”, afirmou o Mendonça Filho.