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CPI da Petrobras marca acareação entre Cerveró e Costa para 2 de dezembro

O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, presta depoimento à CPI em setembro - Gustavo Lima - 10.set.2014 /Câmara dos Deputados
O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, presta depoimento à CPI em setembro Imagem: Gustavo Lima - 10.set.2014 /Câmara dos Deputados

Do UOL, em Brasília

21/11/2014 11h32Atualizada em 21/11/2014 11h57

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista da Petrobras marcou para o dia 2 de dezembro, às 14h30, a acareação entre os ex-diretores da Petrobras Nestor Cerveró, da Área Internacional, e Paulo Roberto Costa, de Abastecimento, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.

A solicitação foi feita pelo deputado Enio Bacci (PDT-RS) e aprovada na reunião da CPI da última terça-feira (18). “O Paulo Roberto afirmou que o Cerveró recebeu propina, sim, e o Cerveró negou em 10 de setembro. Vamos colocar os dois frente a frente”, disse.

O líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), votou contra a acareação e lembrou que Costa já esteve na comissão e decidiu não falar nada.

Costa e Cerveró já estiveram na comissão para prestar depoimento. Quando convocado, Costa ficou em silêncio e se recusou a dar esclarecimentos sobre as suspeitas sobre a Petrobras aos parlamentares. Ele cumpre prisão domiciliar no Rio e fez delação premiada. O ex-diretor afirmou à Justiça que políticos do PT, PMDB e PP teriam recebido propina de cerca de 3% para viabilizar contratos entre a estatal e fornecedores, segundo a revista "Veja".  

Já Cerveró contestou conclusões do TCU (Tribunal de Contas da União) que apontavam irregularidades a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Para Cerveró, o TCU utilizou o cenário errado de um relatório elaborado pela consultoria Muse & Stancil para analisar a compra e  cometeu um "equívoco" ao analisar o caso.

Próximos depoimentos

A CPI da Petrobras deve colher três depoimentos nos próximos dias. Estão convocados e convidados a depor o ex-gerente-geral de Implementação de Empreendimentos para a Refinaria Abreu e Lima, Glauco Colepicolo Legati e a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard. Está previsto ainda o depoimento de Márcio Bonilho, sócio da empresa Sanko-Sider.

Primeiro a depor, Glauco Colepicolo Legati era até poucos dias o gerente-geral da obra da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Responsável, portanto, pela responsável pela fiscalização do emprendimento. Segundo notícias divulgadas pelos principais jornais, ele foi afastado da função após investigações conduzidas pela própria estatal sobre o envolvimento de funcionários em irregularidades nos projetos das áreas de Engenharia e Abastecimento.

O depoimento de Glauco Colepicolo Legatti está marcado para quarta-feira (26), às 14h30.

No mesmo dia, a CPI deve ouvir a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard. A expectativa é que ela trate da segurança nas plataformas de petróleo. Magda também já depôs à CPI da Petrobras do Senado e disse que o índice de acidentes graves em plataformas de petróleo no Brasil está abaixo da média mundial. Para Magda Chambriard, o que existe em termos de gestão de segurança no Brasil é o que há de mais moderno no mundo.

Na quinta-feira (27) pela manhã, a CPI espera que o diretor da empresa Sanko-Sider, Márcio Bonilho, esclareça quais as relações que ele mantinha com o doleiro Alberto Youssef e com o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. O requerimento para a convocação de Bonilho foi apresentado pelo deputado Rubens Bueno (PPS-PR). Bonilho é citado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. De acordo com a PF, a empresa Sanko teria efetuado contratos com empresas de fachada do Alberto Youssef, às quais repassaria dinheiro de empreiteiras responsáveis por obras da Petrobras.

(Com informações das agências Câmara e Senado)