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Em segundo discurso, Alckmin cita brevemente crise de falta de água

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), discursa em cerimônia de posse na Assembleia Legislativa - Zanone Fraissat/ Folhapress
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), discursa em cerimônia de posse na Assembleia Legislativa Imagem: Zanone Fraissat/ Folhapress

Fabiana Maranhão

Do UOL, em São Paulo

01/01/2015 11h06Atualizada em 01/01/2015 14h59

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), citou brevemente o incômodo tema da crise de falta de água em discurso durante cerimônia na tarde desta quinta-feira (1º) no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, na zona sul da capital. Pela manhã, o tema foi deixado de lado por ele em pronunciamento na solenidade de posse na Assembleia Legislativa, também na zona sul.

"Ser paulista é enfrentar os desafios com trabalho, união, solidariedade, como estamos enfrentando a pior crise hídrica da nossa história. A participação da população no enfrentamento da crise da água comprova que a união é a força de São Paulo", disse em discurso no palácio.
 
Em seu primeiro pronunciamento, durante a posse, Alckmin fez um balanço do seu governo, destacando investimentos, redução do endividamento, aumento da expectativa de vida, diminuição da mortalidade infantil e também da taxa de homicídios. O governador também falou sobre educação e PPPs (Parceria Público-Privada).
 
"Muito avançamos. Mas de nada adianta se não continuarmos seguindo adiante, enfrentando os desafios que transformam São Paulo na terra da superação", disse. Alckmin finalizou o discurso citando uma frase dita pelo ex-governador Mário Covas: "São Paulo não pode esperar um dia, um minuto para oferecer ao país a sua parcela de luta. São Paulo nunca vai virar suas costas para o Brasil".
 
Participaram da solenidade desembargadores, juízes, deputados, militares e secretários estaduais. O secretário municipal de Governo, Chico Macena, representou o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT).
 

Discurso político

Da Assembleia, o governador e o vice seguiram para o Palácio dos Bandeirantes, para empossar os secretários. O governador fez claros ataques à administração petista do governo federal. "Os brasileiros de São Paulo repudiam o aparelhamento da máquina pública, consideram repugnante a prática política que transforma o estado em um clube", afirmou.
 
O governador criticou o "falso dilema" entre o Estado mínimo e o Estado regulador. "O Brasil não precisa nem de mais nem de menos confronto com o Estado. Precisa se livrar da máquina corrupta do Estado que insiste em sequestrá-lo", disse, num alusão ao escândalo da Petrobras. 
 
Alckmin aproveitou o pronunciamento para alfinetar a política econômica do governo federal. "Todos nós conhecemos os duros prognósticos para a economia nos próximos anos. O país poderá viver dias difíceis, mas o discurso fácil do pessimismo só é mais fácil que o discurso do otimismo irresponsável", falou.
 
"Eu lhes prometo dedicação, inovação e entusiasmo. Eu lhes prometo trabalho, trabalho e trabalho. O que depender deste governador, cresceremos mais do que apontam os realistas porque acredito na força transformadora dos brasileiros que moram em São Paulo", concluiu.
 

Falta de água

O Estado de São Paulo enfrenta uma crise hídrica desde o começo do ano passado. Moradores de dezenas de cidades paulistas enfrentam racionamento de água. 
 
O principal sistema que abastece a Grande São Paulo, o Cantareira, que fornece água para 6,5 milhões de pessoas, opera nesta quinta-feira com 7,2% de sua capacidade. Esse percentual é o que resta da segunda cota do volume morto, água que fica no fundo das represas.
  

Terceiro mandato

Alckmin foi reeleito no primeiro turno, com 57,31% dos votos válidos. Ele assumiu seu terceiro mandato, o sexto consecutivo do PSDB em São Paulo.

Os tucanos chegaram ao poder em 1994 com Mário Covas (1930-2001). Reeleito em 1998, Covas morreu em 2001. Alckmin, que era seu vice, assumiu o governo. Foi reeleito em 2002. Quatro anos depois, foi a vez de José Serra (PSDB) chegar ao Palácio dos Bandeirantes. Em 2010, Alckmin também foi eleito no primeiro turno com 50,63% dos votos válidos.

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