Topo

Na Câmara Federal, 198 dos 513 deputados tomam posse pela 1ª vez

Bruna Borges*

Do UOL, em Brasília

01/02/2015 10h29Atualizada em 01/02/2015 12h05

Dos 513 deputados federais que tomaram posse neste domingo (1º), 198 assumiram o mandato pela primeira vez. A sessão de posse dos deputados foi realizada na manhã de hoje no Plenário Ulysses Guimarães da Câmara e presidida pelo deputado Miro Teixeira (PROS-RJ), por ser ele o mais velho dentre os de maior número de legislaturas. Miro foi eleito para o seu 11º mandato parlamentar.

A nova composição da Câmara assume com a base do governo rachada e dois candidatos disputando a presidência da Câmara. São postulantes o favorito Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Arlindo Chinaglia (PT-SP). Cunha é líder da bancada e protagonizou rebeliões contra o Palácio do Planalto em 2014. Chinaglia é o indicado do governo, embora se defina como independente.

A base aliada encolheu nesta nova legislatura. O número de deputados governistas caiu de 351 para 304, a oposição cresceu de 111 para 177. Há também os chamados independentes que hoje são 32, até o ano passado eram 51.

Durante a sessão, deputados, senadores, ministros e lideranças partidárias circulavam pelo plenário articulando negociações sobre a eleição da Mesa Diretora. Os candidatos Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) foram amplamente aplaudidos quando seus nomes foram citados.

Os deputados também posaram para fotos e selfies com a mão direita levantada como se estivessem fazendo juramento à Constituição. A cerimônia de posse também teve tietagem dos deputados Tiririca (PR-SP) e Sérgio Reis (PRB-SP). 

Os parlamentares foram empossados para um mandato de quatro anos, que vai até o dia 31 de janeiro de 2019. A grande maioria dos deputados é do sexo masculino (462), enquanto que o número de mulheres no Parlamento será 51 (10% da Casa). 

Câmara conservadora

Um estudo do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) mostra que apesar da renovação, a nova Câmara é mais conservadora. Segundo a instituição, houve apenas uma alteração de postos no poder, pois chegaram ao Congresso agentes públicos que já exerceram cargos como ex-governadores, ex-prefeitos, ex-secretários, seja no Legislativo, como ex-deputados estaduais, ex-senadores e ex-vereadores.

A pesquisa mostra ainda que houve redução da bancada que defende os trabalhadores. Dos 83 deputados que defendiam essa causa, hoje são 50 deputados. Segundo o Diap, os parlamentares que nunca exerceram mandato ou cargo público são em maioria representantes da bancada evangélica e declaram patrimônio alto.

A Câmara também se tornou menos representativa, segundo o Diap. A soma dos votos dos eleitos para a Casa foi 57.944.834. Em 2010, o número tinha sido 58.969.661, o que mostra que menos eleitores participaram da escolha de seus representantes.

(*) Com Agência Brasil