Topo

Em meio a crise de popularidade, Dilma diz que críticas são bem-vindas

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

28/07/2015 17h33

Em meio a uma crise de popularidade, a presidente Dilma Rousseff (PT) disse nesta terça-feira (28) que as críticas ao seu governo são bem-vindas. “Elas [críticas] não são contra o que foi feito. É pra ir além do que foi feito. Por isso que nós precisamos da crítica”, afirmou a presidente durante o lançamento do portal Dialoga Brasil, uma plataforma digital que, segundo o governo, tem a função de ampliar a participação da população por meio da Internet.

O lançamento do site foi feito em clima de programa de auditório. O palco do Teatro Funarte Plínio Marcos, de Brasília, foi dividido por Dilma e pelos ministros da Justiça (José Eduardo Cardozo), da Educação (Renato Janine Ribeiro), do Desenvolvimento Social (Tereza Campelo), da Saúde (Arthur Chioro), e pelo ministro da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto.

Uma apresentadora portando um microfone fazia o papel de mestre de cerimônias e animava a plateia composta, em grande parte, por militantes de movimentos sociais e funcionários do governo. O evento durou aproximadamente duas horas. Atrás dos ministros e da presidente Dilma, um grande telão exibia imagens do lançamento e do site já em funcionamento.

Além dos quatro ministros que dividiram o palco com a presidente Dilma, também estavam presentes outros ministros do governo como o da Defesa (Jaques Wagner), da Comunicação Social (Edinho Silva), da Cultura (Juca Ferreira), e dos Direitos Humanos (Pepe Vargas).

Segundo o governo, o site Dialoga Brasil vai coletar sugestões e propostas de internautas sobre programas governamentais. A promessa é de que as propostas com o maior número votos comecem a ser “respondidas” pelo governo a partir de novembro de 2015. O site não explicou, contudo, em que essa resposta vai consistir.

O portal foi lançado com a apresentação de 20 programas divididos em quatro temas: Segurança Pública, Saúde, Educação e Redução da Pobreza. A meta é que o portal comporte até 80 programas divididos em 14 temas. Segundo o governo, além de fazer sugestões, o internauta poderá “apoiar” sugestões de outros usuários e participar de sessões de bate-papo virtuais com ministros.

A proposta de coletar sugestões dos cidadãos e aumentar a chamada participação social remente ao decreto presidencial que vinculava decisões governamentais de interesse social à opinião de conselhos e outras formas de organização popular. O decreto, classificado como “golpista” e “bolivariano” por parlamentares da oposição, foi derrubado pela Câmara dos Deputados no final do ano passado, logo após à reeleição de Dilma. 

A comunicação do governo pelas mídias sociais foi alvo de críticas do ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social do governo, Thomas Traumann, que deixou o governo em março deste ano. Em documento elaborado por ele pouco antes de deixar o cargo, Traumann critica o que chamou de “rompimento” do governo com a “militância digital”. 

O lançamento do portal, contou com a presença dos ministros como o da Justiça, José Eduardo Cardozo, da Defesa, Jaques Wagner, e da Educação, Renato Janine Ribeiro. O evento é visto como parte da chamada “agenda positiva” que o governo pretende implementar para responder à crise econômica e política nas quais está envolvido. 

Crise política e econômica

Na economia, a previsão é de que o PIB de 2015 será negativo e de que as taxas de desemprego deverão se manter em alta. Em junho deste ano, a taxa de desocupação nas regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE chegou a 6,9%, o maior índice desde 2010. 

No campo político, a presidente Dilma enfrenta uma crise de popularidade agravada pelas revelações da operação Lava Jato, que investiga irregularidades em contratos da Petrobras e de empresas do setor elétrico. Em junho, uma pesquisa Ibope revelou que apenas 9% dos entrevistados consideravam o governo Dilma “ótimo ou bom”

Além da queda de popularidade, Dilma enfrenta dificuldades junto ao TCU (Tribunal de Contas da União), que se posicionou de forma contrárias às manobras fiscais do governo em 2014 no episódio conhecido como “pedaladas fiscais”. 

No TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o governo também enfrenta problemas. As contas da campanha à reeleição de Dilma estão sendo analisadas e uma eventual reprovação poderia dar resultar na cassação do mandato da presidente.