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Presidente do PT admite erros do governo, mas diz que impeachment não é saída

O presidente do PT, Rui Falcão, diz que impeachment não é a saída - Pedro Ladeira/Folhapress
O presidente do PT, Rui Falcão, diz que impeachment não é a saída Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Do UOL, no Rio

07/04/2016 13h40

Para o presidente do PT, Rui Falcão, o partido e o governo cometeram erros, mas a forma de corrigi-los não é pelo impeachment, que ele define como golpe. “Podemos dizer que sim, cometemos erros, mas podem ser reparados. Mas a maneira de corrigir nossos erros e nos substituir não é pelo caminho do golpe”, afirmou entrevista ao jornal espanhol "El País".

Falcão diz que há perseguição ao PT e seletividade por parte da Operação Lava Jato e do juiz Sérgio Moro, que classifica como um “mau juiz”. “Está havendo uma coisa no Brasil que é uma inversão de qualquer princípio do direito penal, dos direitos humanos, em qualquer lugar do mundo democrático. Quem acusa tem que provar. O ônus da prova é de quem acusa”, afirma.

Ele defende que as investigações que estão ocorrendo no país só existem por conta dos esforços dos últimos governos em dar liberdade à Polícia Federal e ao Ministério Público. “Ninguém mais que os governos do PT criaram instrumentos e leis para combater a corrupção.”

Segundo o petista, a presidente Dilma Rousseff nunca teve oportunidade de começar de fato o seu segundo governo e a oposição está tentando tirá-la do poder sem base legal, por saber que não teriam capacidade de chegar ao governo pelas urnas. “É realmente um golpe lastreado numa condição, que você pode achar até que é justa porque a presidente está impopular, mas o impeachment não mede impopularidade.”

A saída, segundo Falcão, que rechaça a possibilidade de novas eleições e vê como certa a impugnação do impeachment já na Câmara dos Deputados, é garantir a estabilidade para que o país retome o crescimento.

Ele aposta ainda que a presidente tem capacidade para retomar a popularidade do começo de seu primeiro mandato e vê a possível entrada de Lula no governo como uma forma de ajudá-la a superar o atual momento político.

“Uma pessoa como o Lula, mantendo as condições normais, mesmo que com insatisfação, sem essa criminalização do PT, pode ampliar as conversações, ter ações políticas mais efetivas e ter passo de mudança. Daí tudo para impedir que ele assuma a Casa Civil, pois ali ele teria poder para ajudar a Dilma a superar o atual momento. O veto ao Lula hoje é para criminalizá-lo em 2018 quando nem se sabe se ele vai concorrer", afirma.

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