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Deputado governista já admite derrota na votação do impeachment na Câmara

Ex-ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB-SP) votou contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) - Reprodução/TV Câmara
Ex-ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB-SP) votou contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) Imagem: Reprodução/TV Câmara

Do UOL, em Brasília*

17/04/2016 20h30Atualizada em 17/04/2016 20h53

Os deputados da base aliada do governo de Dilma Rousseff começam a admitir que a votação do impeachment na Câmara deve ser favorável ao impedimento. Até as 20h25 da noite deste domingo (17), havia mais de 210 votos favoráveis ao impeachment -- são necessários 342.  O placar de votos contrários ao impeachment era de 68 neste horário -- o governo precisa de 172 para barrar o impedimento.

"O que aconteceu foi o chamado efeito manada. Quando chegamos no Estado do Paraná, e alguns partidos como PMDB, PP e PR não cumpriram a palavra que tinham empenhado conosco, isso projetou uma derrota do governo", disse o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). "Dificilmente haverá uma reversão desse resultado", acrescentou.

Segundo Orlando Silva, a essa altura da votação, esse resultado sinaliza que a oposição vencerá", reconhecendo, de forma antecipada, a derrota governista na votação na Câmara sobre a abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff.

Deputados da base projetam que neste momento o impeachment venceria por 4 votos, mas eles trabalham para reverter a tendência nos Estados que ainda não votaram.

O deputado federal Silvio Costa (PTB-PE) deu uma bronca no colega. O deputado Orlando Silva não sabe fazer contas. Nós estamos no jogo”, gritou Costa aos jornalistas depois de puxar Silva de volta para o plenário. Silva havia dito que considerava o processo na Câmara ilegítimo e que a casa estava jogando o país em um “abismo político”. 

“O governo deve ter serenidade, deve acolher esse resultado da Câmara, deve formular uma posição de mérito densa e apresentar ao Senado, que tem competência para julgar; aqui foi admitida a possibilidade do impeachment”, afirmou ainda Orlando Silva. “O resultado dessa votação hoje joga o país em um impasse, aumenta a crise, amplia a instabilidade política”, avalia o deputado governista.

Desânimo

Com pouco mais da metade dos votos declarados na sessão que decide sobre a autorização do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, governistas em plenário já demonstram desânimo. Em número menor, aqueles que estão declaradamente ao lado da presidente ficaram sentados e em silêncio. A cena contrasta com a efusão do grupo pró-impeachment.

Alguns deputados mais animados, como Paulo Pimenta (PT-RS) e Maria do Rosário (PT-RS), que acompanhavam os votantes em pé e próximo ao único microfone usado para declarar o voto, também já demonstram menos entusiasmo. São poucos os que usam alegorias em cor vermelha, sinalizando apoio à presidente, e reagem apenas com poucas palmas aos votos contrários ao impeachment.

(Com informações de Fabiana Maranhão, Wellington Ramalhoso e Felipe Amorim, e do Estadão Conteúdo)