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Voto de deputado do PSDB sela aprovação do impeachment na Câmara

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Felipe Amorim

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

17/04/2016 23h07Atualizada em 17/04/2016 23h45

Foram mais de oito horas  – a sessão de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff começou às 14h deste domingo (17), na Câmara dos deputados. O voto de número 342 a favor e que selou o prosseguimento do processo para o Senado Federal veio pouco depois das 23h e teve como autor o deputado Bruno Araújo, do PSDB de Pernambuco, partido de histórica oposição ao governo.

“Senhor presidente, quanta honra o destino me reservou. De poder da, minha voz sair o grito de esperança de milhões de brasileiros. Pernambuco nunca faltou ao Brasil. Por isso digo ao Brasil sim para o futuro!", disse o deputado.

Araújo afirmou que não esperava dar o voto decisivo e confirma ter chorado um pouco no momento em que anunciou no púlpito de votação sua posição pelo impeachment. "Passa um filme de tudo que a gente viveu", disse. "Acho que foi uma honra, porque eu, como outros colegas líderes, começamos quando a lista nossa de impeachment tinha 60 deputados. Quando muitos não acreditavam nesse processo, quando havia críticas, naturais, internas e externas em relação a nosso posicionamento", disse.

"E hoje foi um coroamento da população, do reconhecimento de um trabalho que começou lá atrás. Mas sobretudo uma homenagem à população brasileira, eu fico honrado de ter representado esse momento", afirmou Araújo.

O deputado do PSDB diz ter votado pelo impeachment principalmente pelo prejuízo à economia causado pelas chamadas pedaladas fiscais praticadas pelo governo Dilma Rousseff.

"[Dilma Rousseff] é alguém que utilizou de recursos públicos de forma criminosa, sem autorização do Congresso, empréstimos vultuosos que desorganizaram as contas públicas e levaram a 10 milhões de desempregados, perda de valor das empresas brasileiras e essa sensação de grande dificuldade que se instalou no Brasil", disse Araújo.

O governo diz que a prática das pedaladas não configuram crime de responsabilidade e que o TCU (Tribunal de Contas da União) mudou seu entendimento para passar a considerar a prática uma irregularidade apenas no governo Dilma.

Em 1992 o prosseguimento do impeachment foi decidido pelo voto do deputado Paulo Romano (PFL-MG). "Pela ética, mas em nome desta Casa e do povo brasileiro, saibamos ser coerentes. Meu voto pela dignidade, por aquilo que Minas Gerais representa, é sim. Viva o Brasil", disse. A votação, que havia começado às 17h15, foi então interrompida às 18h50 para que o plenário cantasse o Hino Nacional. Do lado de fora do Congresso, houve queima de fogos.

Agora, o impeachment segue para o Senado Federal, onde será montada uma comissão especial que irá deliberar sobre sua aceitação. Caso ele seja aceito, abre-se espaço para a acusação e para a defesa da presidente.