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Se Temer quiser nomes do PSDB, não vamos impedir indicação, diz Aécio

Aécio admite que apoio tucano a governo Temer seria desgaste

UOL Notícias

Do UOL, em São Paulo

18/04/2016 00h31

O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, afirmou em entrevista ao UOL que seu partido não impedirá que tucanos participem de um eventual governo de Michel Temer (PMDB). Aécio, no entanto, disse que o PSDB não indicará nenhum nome para ministério do peemedebista.

"Defendo que Temer não faça um governo submetido a essa lógica da arrumação partidária, de dar um ministério para cá, dois para lá. Se amanhã ele quiser buscar no PSDB nomes qualificados, é óbvio que não vamos impedir. Apenas não vamos fazer indicações, para deixá-lo livre, se ele assumir, de montar um governo emergencial", disse Aécio.

"O nosso empenho, e minha responsabilidade enquanto presidente do partido --e tenho feito isso em conversas nas últimas semanas com com governadores e com o ex-presidente Fernando Henrique [Cardoso], é priorizar as cinco, seis questões que poderiam, nesse período de dois anos e meio, ser discutidas e votadas no parlamento parar dar as mínimas condições de superar a crise", complementou.

Propostas para Temer

Segundo Aécio, o PSDB tem um "conjunto de propostas", que envolve a discussão da reforma política, que será apresentada para Temer caso ele assuma a Presidência. O presidente do PSDB afirmou que o partido "não fará igual ao PT, que deu as costas ao governo Itamar Franco" após o impeachment de Fernando Collor em 1992.

Aécio também admitiu que o PSDB pode sofrer desgaste se entrar na base do governo do PMDB, mas que o partido está "preparado" para isso. "Vamos ser responsáveis nessa hora e não vamos faltar ao Brasil", afirmou o senador por Minas Gerais.

"Não tem eleição em vista"

Questionado sobre o desempenho na última pesquisa Datafolha para as eleições presidenciais de 2018, que apontou Aécio com menos intenções de voto que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Aécio afirmou que "não é uma preocupação central" para o PSDB. "Não tem eleição em vista agora. Temos que nos preocupar quando chegar a próxima."

"Não quero questionar pesquisas, todas elas têm suas metodologias. Mas se dependesse do Datafolha, eu não estaria sequer no segundo turno nas eleições de 2014", declarou.

Sobre o impeachment de Dilma, Aécio afirmou que o PSDB "fez o que lhe cabe". "Em 2014 já denunciávamos os desmandos desse governo. Irresponsabilidades sucessivas cometidas pela presidente, que nos levaram a uma crise sem precedentes. Houve, sim, crime de responsabilidade e a resposta tem que ser dada como determina a Constituição", opinou.

Em nota logo após a votação na Câmara, Aécio afirmou que o "avanço do impeachment é vitória do povo brasileiro"