Ministro do Esporte foi o único da equipe de Temer a votar a favor de Dilma
Dos 23 ministros da equipe do presidente interino, Michel Temer (PMDB), 12 participaram como deputados federais e senadores das votações do pedido de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), e somente um, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), votou a favor da petista.
O grupo de parlamentares representa, portanto, mais da metade da equipe de governo. São nove deputados e três senadores. Para assumir posições no governo, tiveram de se licenciar dos mandatos.
Picciani era apoiador de Dilma e tinha o cargo de líder do PMDB na Câmara. Apesar de votar contra o impeachment, ele anunciou em abril a opção da bancada do partido por apoiar o afastamento da presidente.
O novo ministro do Esporte recebeu doações de empreiteiras que participam de projetos dos Jogos Olímpicos do Rio e teria ganhado dinheiro indiretamente com obras da competição.
Picciani e sua família são donos da empresa Agrobilara, que é sócia da Tamoio Mineração, pedreira responsável por fornecer brita para as construções do Parque Olímpico e da Transolímpica.
Os valores dos contratos não são públicos porque não são acordos diretos com o governo. A Tamoio é paga por empreiteiras dentro de PPPs (Parcerias Público-Privada). No caso do Parque Olímpico, o pagamento é feito pelo consórcio Rio Mais, liderado pela Odebrecht, empreiteira investigada na operação Lava Jato.
Em sua campanha na eleição de 2014, o atual ministro recebeu R$ 800 mil em doações de empreiteiras com participações em projetos olímpicos. O dinheiro foi doado pelas construtoras Queiroz Galvão, OAS e Carioca Engenharia, também investigadas na Lava Jato.
Picciani alega que não atua na gestão da Tamoio, que as doações foram legais e que o Ministério do Esporte não é responsável pela execução das obras.
Os outros parlamentares
Os demais parlamentares que formam a equipe de Temer votaram pelo impeachment de Dilma. A lista de deputados tem, além de Picciani (PMDB-RJ), o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE); o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho (PV-MA); o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho (PSB-PE); o de Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra (PMDB-RS); o da Educação e Cultura, Mendonça Filho (DEM-PE); o da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR); o do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB-RS), e o do Transporte, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella (PR-AL).
Além deles, há o ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS-PE), que tem vaga de suplente de deputado federal e chegou a participar da atual legislatura. Em 17 de abril, quando a Câmara votou o impeachment, ele estava de volta à suplência e não pode votar. Sua posição era favorável ao afastamento da presidente.
O trio de senadores licenciados é formado pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi (PP-MT); o ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Romero Jucá (PMDB-RR); e o de Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP).
A nova equipe de governo também é recheada de figuras – 11 ao todo -- que já ocuparam cargos de ministro em outras gestões. Também há ministros citados na operação Lava Jato.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.