"Se alguém falar em golpe, direi que o Brasil está pacificado juridicamente", afirma Temer
Um dia antes da votação definitiva do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, o interino, Michel Temer, disse estar preparado se for acusado pela imprensa estrangeira de ter dado um golpe.
Nesta quarta-feira (31), o Senado vai definir o futuro político de Dilma. A tendência é de que o impeachment seja aprovado, o que efetivará Temer no cargo. O presidente interino pretende viajar ainda nesta quarta para a China, onde vai participar do encontro do G20 (grupo das maiores economias do mundo).
Ontem, em entrevista à jornalista Míriam Leitão, da Rede Globo e do jornal "O Globo", Temer foi questionado sobre "a acusação, corrente em órgãos de imprensa influentes do mundo, de que o Brasil vive um golpe de Estado."
"Se alguém me perguntar, direi que o Brasil está pacificado juridicamente. Não há discussão jurídica. Que o Brasil passou por um período difícil de disputas políticas, mas a Constituição foi cumprida. E que, no afastamento da presidente, assumiu o vice-presidente porque, a final, é este o seu papel", respondeu Temer.
"Não há uma crise institucional, e todo o processo, todo o rito, foi ditado pelo Supremo [Tribunal Federal]. Lembrarei que, no início do processo, Dilma foi a Nova York, eu assumi, ela voltou e reassumiu. Tudo como manda a Constituição. Isso direi, se alguém me perguntar", concluiu.
Na semana passada, o jornal francês "Le Monde" disse em editorial que "se esse não é um golpe de Estado, é no mínimo uma farsa. E as verdadeiras vítimas dessa tragicomédia política infelizmente são os brasileiros".
Sobre a pressa em ir para a China, disse: "O Brasil não pode estar ausente na reunião do G20".
Segundo reportagem do jornal "A Folha de S.Paulo", no caso de Dilma ser afastada definitivamente do cargo, Temer convocará seus principais ministros e aliados para comparecerem ao Congresso Nacional na tentativa de dar peso político à sua cerimônia de posse.
O peemedebista fará um juramento à Constituição e será declarado empossado pelo presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL).
A ideia é que, antes de embarcar para a China, o peemedebista promova uma reunião ministerial para definir os rumos do novo governo e grave um pronunciamento em cadeia nacional de televisão e rádio que será exibido já na noite de quarta-feira (31).
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