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Intelectuais criam 'observatório' para defender Lula contra processos na Lava Jato

O ex-presidente Lula, que terá grupo para defendê-lo de processos - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
O ex-presidente Lula, que terá grupo para defendê-lo de processos Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Márcio Padrão

Do UOL, em São Paulo

31/10/2016 21h58Atualizada em 01/11/2016 07h13

Envolvido em um processo criminal pela Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 71, passará a receber um apoio organizado de um grupo de intelectuais e juristas que pretendem defendê-lo publicamente perante a sociedade.

Esse “observatório”, como foi chamada a iniciativa, foi criado na noite desta segunda-feira (31) e tem como objetivo contra-atacar a “deslegitimização” da figura do ex-presidente.

Segundo eles, os processos contra Lula são de natureza política e fazem uso do “lawfare”, tática que usa meios jurídicos para desgastar a força do petista, com vista de que ele não seja candidato à Presidência em 2018.

O anúncio aconteceu no hall do prédio onde mora o escritor e jornalista Fernando Morais, com a presença dele, do professor aposentado do Departamento de Ciência Política da USP Paulo Sérgio Pinheiro e de Cristiano Zanin Martins, advogado de defesa de Lula.

Lula também estava no apartamento de Morais no momento do anúncio, mas não apareceu para falar com a imprensa. O grupo se disse apartidário e negou que o ex-presidente tenha tido influência na criação do observatório, mas que terá algum tipo de diálogo com ele para coordenar suas ações.

Outros nomes que deverão participar do grupo são o economista e ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira, o jurista Fábio Konder Comparato e o escritor Cândido Mendes de Almeida. Eles devem lançar um manifesto sobre o observatório nesta terça-feira (1º).

Morais chamou de “brutalidade jurídica” os processos contra Lula e disse temer que eles sejam o “coroamento do golpe” contra ele e o PT neste ano. “Não é necessário que o prendam, mas que o tornem ficha-suja. Seria ingenuidade fazer tudo o que fizeram para entregar a Presidência a ele em 2018.”