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Moreira diz que "enganaram-se" os que achavam que "trama" iria desmontar governo

Moreira Franco, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência - Andressa Anholete 3.fev.2017 /AFP
Moreira Franco, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência Imagem: Andressa Anholete 3.fev.2017 /AFP

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

09/11/2017 16h25Atualizada em 09/11/2017 16h32

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco (PMDB), declarou nesta quinta-feira (9) que se enganou quem pensava que a “trama que urdia iria desmontar” o governo do presidente Michel Temer (PMDB).

Na semana em que deixou o cargo, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia contra Temer, Moreira Franco e o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), por obstrução de Justiça e organização criminosa. A peça da PGR foi rejeitada pela Câmara, assim como a denúncia anterior contra Temer por corrupção passiva.

“Enganaram-se, pois, os que pensaram que a trama que urdia iria nos desmontar. Ao contrário, nos deu mais coragem para que fazer com que o governo continuasse a governar, a mudar o Brasil, a avançar, a resgatar a consciência do brasileiro na ação do seu governo e seus homens públicos”, declarou Moreira.

O governo lançou nesta quinta no Palácio do Planalto o programa Avançar, voltado a retomar obras paradas por meio do financiamento federal. O total investido pode chegar a R$ 130 bilhões até dezembro de 2018, quando termina o mandato de Temer, informou a Secretaria-Geral da Presidência, pasta de Moreira, responsável pelo Avançar.

Segundo o ministro e amigo de longa data de Temer, o programa é uma “resposta” a todos os que duvidaram da capacidade do governo em continuar no poder e os fizeram “colocar à prova”. “Uma resposta humilde, firme, vigorosa, altiva, e sobretudo com espirito público”, defendeu.

Ele ainda falou em uma força espiritual que motivou o governo a investir em novas ações e novos programas, como o Avançar, apesar das acusações falsas contra o Planalto nos últimos meses, ao seu ver.

“Nos reunimos aqui também para expressar a força espiritual, que está por trás deste programa e desta ação. A força que nos fez resistir, nos manteve de pé, nos deu a resiliência necessária para enfrentar todas as acusações e ilações contra o governo que foram lançadas durante meses e meses continuadamente”, afirmou.

O objetivo é tocar 7.439 obras e ações paradas, como creches, trechos de rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos, contenção de encostas, unidades básicas de saúde, centros de arte e esportes e empreendimentos do Minha Casa Minha Vida. Mais de 3 mil municípios serão contemplados em todas as regiões.

Os recursos terão três fontes principais: R$ 42,1 bilhões virão do orçamento da União, R$ 29,9 bilhões da Caixa Econômica Federal, do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social); e R$ 58,9 bilhões de estatais do setor de energia, em especial, a Petrobras.

Em meio a especulações sobre a necessidade de uma reforma ministerial para agradar a base aliada com o objetivo de aprovar a reforma da Previdência na Câmara, pauta prioritária para o Planalto, diversos ministros compareceram à solenidade, incluindo os quatro tucanos. O programa conta com o apoio de 12 ministérios.

As pastas sob o comando do PSDB estão na mira de partidos da base, principalmente do centrão, diante do racha interno do partido em desembarcar ou não do governo Temer.