Topo

Esse conteúdo é antigo

Paulo Marinho responde a Moro e diz que fatos serão revelados 'com certeza'

Do UOL, em São Paulo

17/05/2020 19h32

O empresário Paulo Marinho, suplente do senador Flávio Bolsonaro e protagonista de uma entrevista à Folha que deu novos contornos às supostas interferências do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal, utilizou suas redes sociais para responder o ex-ministro Sergio Moro.

O ex-ministro, que saiu do governo acusando Bolsonaro de supostamente interferir na PF para proteger seus filhos de investigações da corporação, escreveu em seu Twitter: "Espero que os fatos revelados, com coragem, pelo Sr. Paulo Marinho sejam totalmente esclarecidos". Marinho respondeu duas horas depois: "Com certeza serão".

Marinho afirmou hoje, em entrevista à Folha, que Flávio Bolsonaro o procurou após o segundo turno das eleições presidenciais em 2018, e afirmou que teve conhecimento prévio sobre a Operação Furna da Onça, da Polícia Federal.

A operação resultou na investigação de uma "rachadinha" — prática na qual funcionários do gabinete de políticos devolvem para ele parte do salário recebido com dinheiro público — entre parlamentares da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), incluindo Flávio, então deputado estadual no RJ.

Segundo o relato de Marinho, o senador, recém-eleito na época, afirmou também que a PF segurou a deflagração da operação para depois das eleições, para não prejudicar a candidatura de Bolsonaro à presidência e de Flávio ao Senado. Ele teria sido informado por um delegado no Rio. A operação aconteceu apenas após o segundo turno, antes da conversa relatada por Marinho.

O filho do presidente teria afirmado também que foi informado que a investigação atingiria em cheio Fabrício Queiroz, funcionário de seu gabinete e ex-funcionário do gabinete de Bolsonaro quando era deputado federal.

Pouco após isso, Queiroz foi exonerado do gabinete de Flávio Bolsonaro no Rio, assim como uma de suas filhas foi exonerada do gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro.